segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cresce rumor quanto interferência de Joaquim Barbosa na prisão de jornalista

Ganhou fôlego, neste domingo, o questionamento quanto à suposta intervenção do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) na prisão da jornalista brasileira nos EUA Cláudia Trevisan, do diário conservador paulistano Estado de S. Paulo. A repórter foi levada para a prisão, algemada com as mãos nas costas, em um camburão, por tentar entrevistar o magistrado após uma palestra na Universidade de Yale em New Haven, no Estado norte-americano de Connecticut.
Em um artigo publicado no site Diário do Centro do Mundo, o renomado jornalista Paulo Nogueira vai direto ao assunto: “E a pergunta que está todo mundo se fazendo é: qual foi o papel de Joaquim Barbosa no episódio do qual resultou a prisão, por cinco horas, da jornalista brasileira Cláudia Trevisan, do Estadão?”, e responde:
“Pode ser nenhum, é certo. Mas as especulações se multiplicam. Cláudia tentava entrevistar JB depois de um seminário do qual ele participou na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Ele a avisara de que não iria falar com a mídia, e então Cláudia planejou abordá-lo na saída. A polícia apareceu e a deteve. Algemada, passou por um constrangimento que incluiu uma cela na delegacia na qual, para fazer xixi, tinha uma privada em que podia ser observada por policiais”.
Nogueira lembra que “Cláudia foi acusada de ‘invasão de propriedade’, e ainda terá uma dor de cabeça jurídica para resolver nas próximas semanas. Mas ela simplesmente entrou em Yale, como tanta gente. Não ‘invadiu’. Segundo seu relato, Joaquim Barbosa sabia que ela tentaria entrevistá-lo. Teria ele pedido providências à direção da universidade para se livrar da indesejada repórter? É uma hipótese que faz sentido”.
“Joaquim Barbosa já tinha uma pendência com o Estadão. Destratou um jornalista do Estadão que lhe perguntou sobre os R$ 90 mil em dinheiro público que ele gastou na reforma dos banheiros de seu apartamento funcional em Brasília. O caso de Yale pega Joaquim Barbosa num momento particularmente ruim. Ele saiu desmoralizado das sessões das quais resultou a aprovação dos embargos para réus do ‘mensalão’. Agiu como acusador, não como juiz, fez chicanas, facilitou a pressão da mídia sobre magistrados, sobretudo Celso de Mello – e com tudo isso acabou miseravelmente derrotado”, afirma o jornalista.
Em seu artigo, Paulo Nogueira, que está baseado em Londres, frisa que “já entrou para o anedotário jornalístico brasileiro a capa da Veja que o classificou como ‘o menino pobre que mudou o país’. Aliás, até hoje pela manhã, os leitores da Veja ignoravam a prisão da jornalista do Estadão, noticiada até pela rival Folha e pelo Globo, tão amigo de JB. Modestamente, o DCM nota que parece ter surtido efeito uma informação que demos sozinhos, relativa a uma outra viagem de JB, para a Costa Rica. Ele patrocinou, então, uma boca livre para jornalistas com o dinheiro público, e a bordo de um avião da FAB. Desta vez, JB não levou, pelo visto, jornalistas para escreverem coisas laudatórias sobre sua viagem”.
“É um progresso”, disse, “mas melhor ainda seria se ele dedicasse seu tempo não a visitar Yale e sim a resolver processos que se arrastam sob sua órbita, como o que diz respeito aos velhos e esquecidos pensionistas da Varig. 
Yale recua
Segundo notícia veiculada na manhã deste domingo, naquele diário paulistano, “a Universidade Yale, nos EUA, divulgou nota neste sábado, 28, sobre a detenção da correspondente do Estado em Washington, Claudia Trevisan, na quinta-feira. A instituição alegou que a prisão da jornalista foi ‘justificada’, mas afirmou que não ‘planeja acionar a promotoria local’ para pedir a abertura de uma ação penal contra Claudia Trevisan”.
No comunicado – assinado pelo secretário de imprensa Tom Conroy –, Yale reafirma o motivo da prisão e diz que “a polícia seguiu os procedimentos normais, sem que a sra. Trevisan fosse maltratada”. A jornalista se disse surpresa com a afirmação. “Algemas são coisas dolorosas para usar. Ser impedida de fazer um telefonema durante cinco horas é uma violência terrível. Ser tratada como criminosa e colocada em uma cela, onde você precisa fazer xixi na frente de policiais, é uma humilhação extrema”, afirmou. “Em todo esse processo, ninguém de Yale tentou ouvir a minha versão dos fatos. Surpreende-me, pois é uma faculdade de direito.
Antes de chegar ao Campus da Universidade Yale no dia 26 de setembro para tentar entrevistar o ministro Barbosa, a Srª. Trevisan já sabia que o Seminário Constitucionalismo Global ministrado por ele seria um evento privado, fechado para o público e para a imprensa. Ela invadiu a propriedade de Yale, entrou na Faculdade de Direito sem permissão e quis entrar em outro prédio onde os participantes do seminário estavam.
Quando ela foi questionada sobre o motivo pelo qual estava no prédio, ela afirmou que estava procurando um amigo com quem pretendia se encontrar. Ela foi presa por invasão de propriedade. A polícia seguiu os procedimentos normais, sem que a sra. Trevisan fosse maltratada. Apesar de justificada a prisão por invasão, a universidade não planeja acionar a promotoria local para levar adiante a acusação.
A Faculdade de Direito e a Universidade Yale acomodam milhares de jornalistas ao longo do ano para eventos públicos no campus e entrevistas com membros da comunidade de Yale e visitantes.
Assim como todos os jornalistas, a sra. Trevisan é bem-vinda para participar de qualquer evento público em Yale e falar com qualquer pessoa que desejar lhe conceder entrevista.
TOM CONROY, SECRETÁRIO DE
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE YALE
29/9/2013 13:41

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mujica: "humanidade ocupou o templo com o deus mercado"


Destoando dos discursos feitos pelos seus pares durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, o presidente uruguaio José Mujica criticou veementemente o consumismo e defendeu que “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história. "É através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado. “Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida. Deveríamos ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.

O presidente uruguaio Pepe Mujica voltou a surpreender o mundo com o seu discurso desassombrado na última terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas. Aos jornais uruguaios, Mujica prometera um “discurso exótico” e de fato fugiu do protocolo ao dizer que “tem angústia pelo futuro” e que a nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”.
“Sou do Sul e carrego inequivocamente milhões de pessoas pobres na América Latina, carrego as culturas originárias esmagadas, o resto do colonialismo nas Malvinas, os bloqueios inúteis a Cuba, carrego a consequência da vigilância eletrônica, que gera desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios, de lutar por pátria para todos e que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, com o dever de lutar pela tolerância.”
A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”. No mesmo tom, sublinhou o fracasso do modelo adotado no capitalismo: “o certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. A nossa civilização montou um desafio mentiroso”.
Para o chefe de Estado, que já havia surpreendido o mundo com o seu discurso durante a cúpula Rio+20, criamos uma “civilização que é contra os ciclos naturais, uma civilização que é contra a liberdade, que supõe ter tempo para viver, (…) é uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite ter tempo para viver as relações humanas”, porque “só o amor, a amizade, a solidariedade, e família transcendem”. “Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano”.
Mujica defendeu a utilidade da produção de recursos no mundo: temos que “mobilizar as grandes economias não para produzir descartáveis com obsolescência programada, mas para criar coisas úteis para a população mundial. Muito melhor do que fazer guerras. Talvez nosso mundo necessite de menos organismos mundiais, destes que organizam fóruns e conferências. E que no melhor dos casos ninguém obedece”. “O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota”.



E defendeu que é através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado.



Paz e guerra
“A cada 2 minutos gastam-se 2 milhões de dólares em orçamentos militares. As investigações médicas correspondem à quinta parte dos investimentos militares”, criticou o presidente ao sustentar que ainda estamos na pré-história: “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história”, defendeu o mandatário ao criticar a política da guerra.
Assim, criamos “este processo do qual não podemos sair e causa ódio, fanatismo, desconfiança, novas guerras; eu sei que é fácil poeticamente autocriticarmos. Mas seria possível se firmássemos acordos de política planetária que nos garanta a paz”. Ao invés disso, “bloqueiam os espaços da ONU, que foi criada com um sonho de paz para a humanidade”.
O uruguaio também abordou a debilidade da ONU, que “se burocratiza por falta de poder e autonomia, de reconhecimento e de uma democracia e de um mundo que corresponda à maioria do planeta”.
“Nosso pequeno país tem a maior quantidade de soldados em missões de paz e estamos onde queiram que estejamos, e somos pequenos”. Dizemos com conhecimento de causa, garantiu o mandatário, que “estes sonhos, estes desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais para governar nossa história e superar as ameaças à vida”. Para isso é “preciso entender que os indigentes do mundo não são da África, ou da América Latina e sim de toda humanidade que, globalizada, deve se empenhar no desenvolvimento para a vida”.

“Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida e entendermos que a espécie somos nós” e concluiu: “a espécie deveria ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.
Com Carta Maior

A devastadora modernidade do Iphone5


Suspeita de comprar estanho que é extraído por crianças e arrasa um paraíso ambiental, Apple reage tratando usuários como otários
Toda vez que um novo iPhone está para ser lançado, produz-se um frisson mundial. No caso do novo Iphone 5S, não foi diferente. Pessoas acamparam por semanas em frente à loja da Apple em Nova York, esperando que suas portas se abrissem. Quando isso finalmente ocorreu, foram saudadas pelos funcionários como se tivessem acabado de conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas. Mas por trás de toda a fanfarra de marketing, existe uma realidade que quase nunca é acompanhada pela mídia com tanta empolgação como as filas em frente das lojas.
O jornalista britânico George Monbiot começou a revelá-la esta semana, em seublog. A Apple, demonstrou ele, participa de um dos crimes ambientais que melhor expõem a desigualdade das relações Norte-Sul e a irracionalidade contemporânea. Ela provavelmente compra estanho produzido, na Indonésia, em relações sociais e de desprezo pela natureza que lembram as do século 19. Pior: convidada por ativistas a corrigir esta prática, a empresa esquiva-se – destoando inclusive de suas concorrentes. E, ao fazê-lo, usa argumentos que sugerem: trata o público s seus consumidores como se fossem incapazes de outra atitude mental além do ímpeto de consumo.
Monbiot refere-se ao uso, pelos fabricantes de celulares, do estanho extraído da ilha de Bangka, na Indonésia. O metal é indispensável para a soldagem interna dos smartphones. Cerca de 30% da produção global concentra-se na Indonésia – mais precisamente, em Bangka. O problema são as condições de extração.

O jornalista as descreve: “Uma orgia de mineração sem regras está reduzindo um sistema complexo de florestas tropicais e campos a uma paisagem pós-holocausto de areia e subsolo ácido. Dragas de estanho, nas águas costeiras, também estão varrendo os corais, os manguezais, os mariscos gigantes, a pesca e as praias usadas como ninhos pelas tartarugas”.
A cobiça pelo estanho barato não poupa nem a natureza, nem o ser humano. Monbiot prossegue: “Crianças são empregadas, em condições chocantes. Em média, um mineiro morre, em acidente de trabalho, a cada semana. A água limpa está desaparacendo. A malária espalha-se e os mosquitos proliferam nas minas abandonadas. Pequenos agricultores são removidos de suas terras”
Estas condições desesperadoras desencadearam reação de ativistas. A organização internacional Amigos da Terra articulou o movimento. Não se trata de algo conduzido por rebeldes sem causa. A campanha reconhece que eliminar a mineração seria uma proposta inviável, por desempregar milhares de pessoas. Propõe, ao contrário, um pacto. Todo o estanho produzido em Bangka é adquirido pelas corporações que fabricam celulares. Se elas concordarem em respeitar condições sociais e ambientais decentes, a exploração de gente e da natureza não poderá prosseguir.
Sete fabricantes transnacionais abriram diálogo com a campanha: Samsung, Philips, Nokia, Sony, Blackberry, Motorola e LG. A única das grandes fabricantes a se recusar foi a Apple – também conhecida por encomendar a fabricação de seus aparelhos às indústrias de ultra-exploração do trabalho humano da Foxconn.
O mais bizarro, conta Monbiot, são os estratagemas primitivos usados pela Apple para evitar um compromisso de respeito aos direitos e à natureza. O jornalista procurou por duas vezes, nos últimos dias, o diretor de Relações Públicas da empresa. Propôs, em nome da transparência, um diálogo gravado. Sugestão negada. Na conversa reservada, relata, não obteve informação alguma, exceto uma sugestão: dirija-se a nosso site.
Mas é lá, diverte-se Monbiot, que a Apple mais zomba da inteligência dos consumidores. A corporação informa, placidamente, que “a Ilha de Bangka, na Indonésia, é uma das principais regiões produtoras de estanho no mundo. Preocupações recentes sobre a mineração ilegal de estanho na região levaram a Apple a uma visitas de inspeção, para saber mais”. Mas a Apple não reconhece que compra o metal produzido em Bangka – provavelmente para não se comprometer com a campanha contra a exploração devastadora. O jornalista, então, pergunta: “Por que dar-se ao trabalho de uma visita de inspeção, se você não usa o estanho da ilha? E se você usa, por que não admiti-lo?”
Tudo isso sugeriria renunciar a um celular? Claro que não, diz Monbiot. Trata-se de exigir das empresas respeito a normas sociais e ambientais. Pressionadas, sete corporações transnacionais ao menos admitiram debater o tema. A Apple destoou. Quem tem respeito pelos direitos sociais e pela natureza deveria evitar os aparelhos da empresa, recomenda o jornalista.
Quem quer ir além pode, por exemplo, optar pelo Fairphone, celular produzido por empreendedores expressamente interessados em proteger direitos e ambiente. Estará disponível a partir de dezembro. Porém, mais de 15 mil unidades já foram vendidas, nos últimos meses a consumidores conscientes.

Mutmaßliche kaufen Zinn von Kindern abgebaut und verwüstet ein Paradies Umfeld reagiert Apple- Behandlung Nutzer als Sauger
Jedes Mal, wenn ein neues iPhone freigegeben werden soll , erzeugt eine frisson Welt. Im Falle des neuen iPhone 5S, war es nicht anders . Menschen für Wochen vor dem Apple-Store in New York lagerten , warten auf ihre Türen zu öffnen . Als es endlich passiert , wurden von den Mitarbeitern begrüßt , als ob sie gerade eine Goldmedaille bei den Olympischen Spielen gewonnen . Aber hinter all dem Tamtam von Marketing, gibt es eine Realität, die fast nie von den Medien mit viel Aufregung, als die Warteschlangen vor den Geschäften begleitet wird.
Britische Journalist George Monbiot hat damit begonnen, es zu offenbaren diese Woche in seublog . Apfel zeigte er beteiligt sich an einer ökologischen Verbrechen , die am besten entlarven die Ungleichheit der Nord-Süd- Beziehungen und der Irrationalität zeitgemäß. Wahrscheinlich kaufen Zinn in Indonesien produziert , in den sozialen Beziehungen und Missachtung der Natur, die das 19. Jahrhundert ähneln. Schlimmer durch Aktivisten aufgefordert, diese Praxis zu korrigieren, das Unternehmen weicht - Kollision mit seinen Konkurrenten . Und dabei verwendet Argumente , die darauf hindeuten : es ist das Publikum ihre Kunden , als wären sie nicht in der Lage eine andere Geisteshaltung über die Dynamik des Konsums waren .
Monbiot bezieht sich auf die Verwendung von Handy-Hersteller , extrahiert aus Zinn Bangka Island, Indonesien. Das Metall ist für die interne Schweißen von Smartphones unerlässlich. Rund 30 % der weltweiten Produktion wird in Indonesien konzentriert - genauer gesagt, Bangka . Das Problem ist die Extraktion Bedingungen .

Der Journalist beschreibt sie : " Eine Orgie von unregulierten Bergbau ist die Reduzierung eines komplexen Systems der tropischen Wälder und Felder zu einem Post-Holocaust Landschaft aus Sand und saurem Untergrund . Tin Schwimmbagger , Küstengewässer , sind auch geschwungene Korallen , Mangroven, riesige Muscheln , Fischen und Stränden von Schildkröten zu nisten verwendet . "
Die Gier nach billigen Zinn schont weder die Natur noch Mensch. Monbiot fährt fort: " Die Kinder werden in schockierenden Bedingungen beschäftigt. Im Durchschnitt stirbt ein Bergmann in Arbeitsunfall jede Woche. Sauberes Wasser ist desaparacendo . Malaria und Moskitos vermehren Spreads in verlassenen Minen . Kleinbauern werden von ihrem Land entfernt "
Diese verzweifelten Bedingungen ausgelöst Reaktion der Aktivisten . Die internationale Organisation Friends of the Earth gelenkig . Dies ist nicht etwas von den Rebellen ohne Grund getrieben . Die Kampagne erkennt , dass der Bergbau einen Vorschlag für undurchführbar desempregar Tausende beseitigen. Schlägt stattdessen einen Pakt . All das Zinn in Bangka erzeugt wird, durch Unternehmen, die Handys herstellen gekauft . Wenn sie mit sozialen und ökologischen Bedingungen anständig, Ausbeutung von Mensch und Natur erfüllen zustimmen kann nicht fortgesetzt werden .
Sieben Hersteller transnationalen Dialog geöffnet mit der Kampagne : Samsung , Philips, Nokia , Sony, Blackberry , Motorola und LG . Die einzigen großen Hersteller weigern Apple war - auch für die Bestellung der Herstellung seiner Geräte an den Industrien der ultra- Ausbeutung der menschlichen Arbeit bei Foxconn bekannt.
Die bizarre Konto Monbiot , Die Strategeme Primitiven von Apple verwendet, um ein Engagement zu vermeiden , um die Rechte und die Natur zu respektieren. Der Journalist versuchte zweimal in den letzten Tagen, der Director of Public Relations Gesellschaft . Vorgeschlagene im Namen der Transparenz, Dialog aufgezeichnet . Hinweis verweigert. In privaten Gespräch , Berichte, bekam keine Informationen außer einem Vorschlag : Gehen Sie auf unsere Website.
Aber ist es , Spaß zu haben Monbiot spottet über Apple- Intelligenz Verbraucher. Die Gesellschaft berichtet , friedvoll, " die Insel Bangka , Indonesien, ist einer der wichtigsten Zinn produzierenden Regionen der Welt. Letzte Bedenken hinsichtlich der illegalen Abbau von Zinn in der Region führte Apple eine Kontrollbesuche , um mehr zu erfahren . " Aber Apple nicht erkennt , dass der Kauf des Metalls in Bangka produziert - wahrscheinlich nicht mit der Kampagne gegen die verheerende Ausbeutung zu engagieren. Der Journalist fragt dann : " Warum auf die Arbeit von einem Kontrollbesuch zu geben, wenn Sie nicht Zinninsel ? Und wenn Sie , warum es nicht zugeben ? "
All dies würde vorschlagen, ein Handy zu verzichten ? Natürlich nicht, sagt Monbiot . Es wird von Unternehmen in Bezug auf soziale und ökologische Standards erforderlich. Gepresst , gab mindestens sieben transnationale Konzerne diskutieren die Frage . Apple hatte verschiedene Meinungen . Wer hat die Achtung der sozialen Rechte und die Art der Geräte sollten es vermeiden, empfiehlt das Unternehmen den Journalisten .
Wer kann darüber hinaus gehen, zum Beispiel , entscheiden sich für Fairphone , Zelle von Unternehmern ausdrücklich in den Schutz von Rechten und Umwelt interessiert produziert. Wird ab Dezember verfügbar . Allerdings haben mehr als 15.000 Einheiten in den letzten Monaten bewusste Verbraucher verkauft worden.

A devastadora “modernidade” do novo Iphone5



Sospetta buy stagno viene estratto dai bambini e devasta un ambiente di paradiso , Apple reagisce trattare gli utenti come ventose
Ogni volta che un nuovo iPhone è in uscita , produce un mondo brivido . Nel caso del nuovo 5S Iphone , non era diverso . Persone accampati da settimane davanti al negozio Apple a New York , in attesa che le porte da aprire. Quando finalmente è successo, sono stati accolti dal personale , come se avessero appena vinto una medaglia d'oro alle Olimpiadi . Ma dietro a tutte le fanfare del marketing , c'è una realtà che non è quasi mai accompagnato da media con tante emozioni come le code davanti ai negozi .
Giornalista inglese George Monbiot ha cominciato a rivelare questa settimana a seublog . Apple ha mostrato partecipa a una reati ambientali che meglio espongono la disuguaglianza delle relazioni Nord-Sud e l'irrazionalità contemporanea . Lei probabilmente comprare latta prodotta in Indonesia , nelle relazioni sociali e disprezzo per la natura che è simile al 19 ° secolo . Peggio invitato da attivisti per correggere questa pratica , l'azienda schiva - scontrandosi tra i suoi concorrenti . E , nel farlo , usa argomenti che suggeriscono : è il pubblico i propri clienti come se fossero incapaci di un altro atteggiamento mentale al di là della quantità di moto di consumo .
Monbiot si riferisce all'uso di produttori di cellulari , stagno estratto da Bangka Island, Indonesia . Il metallo è essenziale per saldatura interna di smartphone . Circa il 30 % della produzione mondiale si concentra in Indonesia - più precisamente , Bangka . Il problema è che le condizioni di estrazione .

Il giornalista li descrive : " Un'orgia di estrazione non regolamentata sta riducendo un complesso sistema di foreste tropicali e campi di un paesaggio post-olocausto di sabbia e sottosuolo acido . Draghe Tin , acque costiere, sono anche ampi coralli , mangrovie, vongole giganti, pescatori e spiagge utilizzate dalle tartarughe per nidificare . "
La brama di latta a buon mercato non risparmia né la natura né umana . Monbiot continua: " I ​​bambini sono impiegati in condizioni scioccanti . In media , un minatore muore in incidente sul lavoro ogni settimana . L'acqua pulita è desaparacendo . Si diffonde la malaria e zanzare proliferano nelle miniere abbandonate . I piccoli agricoltori sono stati rimossi dalla loro terra "
Queste condizioni disperate innescato la reazione degli attivisti . L'organizzazione Amici internazionali del movimento articolato Terra . Questo non è qualcosa guidato da ribelli senza una causa. La campagna riconosce che l'estrazione eliminerebbe una proposta irrealizzabile per migliaia desempregar . Invece propone un patto . Tutta la latta prodotti in Bangka viene acquistato da società che producono telefoni cellulari. Se sono d'accordo a rispettare le condizioni sociali e ambientali decenti , lo sfruttamento delle persone e la natura non può procedere .
Sette produttori dialogo transnazionale aperti con la campagna : Samsung , Philips , Nokia , Sony , Blackberry , Motorola e LG . Le uniche principali produttori rifiutano era Apple - noto anche per ordinare la produzione di proprie attrezzature per le industrie di ultra- sfruttamento del lavoro umano a Foxconn .
Il conto Monbiot più bizzarra , gli stratagemmi primitive utilizzate da Apple per evitare un impegno a rispettare i diritti e la natura. Il giornalista ha cercato due volte nei giorni scorsi , il direttore della società di pubbliche relazioni . Proposto in nome della trasparenza, il dialogo registrato . Suggerimento negato. In una conversazione privata , i rapporti , non ha ottenuto alcuna informazione se non un suggerimento : andare sul nostro sito web.
Ma è lì , divertirsi Monbiot deride Apple per i consumatori di intelligence. Le relazioni sulle società , placidamente , " l'isola di Bangka , Indonesia , è una delle principali regioni produttrici di latta del mondo. Le recenti preoccupazioni circa l' estrazione illegale di stagno nella regione ha portato Apple ad una visita di controllo , per saperne di più " . Ma Apple non riconosce che l'acquisto del metallo prodotto in Bangka - probabilmente non impegnarsi con la campagna contro lo sfruttamento devastante . Il giornalista poi chiede: " Perché dare al lavoro di una visita di controllo , se non si utilizza isola di latta ? E se si utilizza , perché non ammetterlo? "
Tutto questo suggerirebbe rinunciare un telefono cellulare? Certo che no , dice Monbiot . E 'richiesto di aziende in materia di norme sociali e ambientali . Pressato , almeno sette multinazionali ammesso discutere la questione. Apple ha avuto pareri diversi. Chi ha il rispetto dei diritti sociali e della natura dei dispositivi dovrebbe evitare l'azienda raccomanda il giornalista .
Chiunque può andare oltre , per esempio , optare per Fairphone , cellula prodotta da imprenditori espressamente interessati a proteggere i diritti e l'ambiente . Sarà disponibile a partire da dicembre . Tuttavia, più di 15.000 unità sono state vendute negli ultimi mesi i consumatori consapevoli .


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ATAULFO NÃO ENGOLIU O CHICO BUARQUE ATÉ HOJE Ataulfo “explicava” o Brasil à embaixada americana. Quando o Brasil era um imenso Portugal.

Falando (sic) grosso

Deve ter sido a decisão mais fácil já tomada pela presidente Dilma o adiamento da visita aos Estados Unidos. Veremos, na próxima reunião da ONU, Obama e Dilma em conversa amistosa, enquanto a presidente brasileira defende nossa soberania diante do mundo, e isso certamente caiu do céu para o marqueteiro João Santana.

De concreto mesmo, essa bravata nacionalista não trará benefício algum, a não ser agradar a certa camada do eleitorado que leva a sério essa simulação de confrontação, como se tivéssemos ganhado alguma vantagem geopolítica em toda essa trapalhada (sic) internacional.

É verdade que a primeira visita de Estado do segundo mandato do presidente Obama poderia ter um simbolismo político importante, como ressalta a nota oficial do governo americano, mas tinha ao menos um aspecto constrangedor: haveria até mesmo a dança de uma valsa no jantar de gala. Houve o cuidado de usar o termo “adiar” em vez de “cancelamento” que seria ato diplomático mais incisivo. Para governantes da América Latina, é sempre recompensador em termos eleitorais brigar com os Estados Unidos, e grosso com a Bolívia, afinal, é o que se esperava de Dilma desde que a definição de nossa política externa foi dada no Teatro Casa Grande por Chico Buarque, na campanha presidencial de 2010: não importa que se fale fino com a Bolívia desde que se fale grosso com os Estados Unidos.

Em resumo, a Dilma deu um Golpe de Mestre.
E a resposta completa a Obama ela dará na ONU, quando assumir a liderança de uma batalha em defesa da neutralidade e da segurança na internet.
Uma batalha do interesse de todos – em qualquer parte do mundo.
Lula lançou no púlpito da ONU a defesa de mecanismos institucionais para defender os pobres.
Dilma lança outra, também de dimensões globais.
Além disso, ela vai aproveitar para rever todo o esquema de segurança e criptografia do Governo central.
Note-se que as observações mervalianas coincidem exatamente com o que diz o principal (até agora) candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Never: que foi puro marketing.
Como se sabe, o PSDB não pensa.
O PiG pensa por ele.
O PiG é o que resta do PSDB.
Como se sabe também, Ataulfo faz parte daquele seleto grupo de jornalistas brasileiros que,segundo o WikiLeaks, ia à Embaixada brasileira analisar os acontecimentos políticos tropicais.
Como se isso aqui ainda fosse um imenso Portugal.
Ataulfo fala fino com os Estados Unidos.
E grosso com o Dirceu.
Por enquanto.
Ataulfo prefere o Caetano ao Chico.



Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (Partido da Imprensa Golpista) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

FHC contratou empresa que participa de programa-espião dos EUA para mapear o Brasil


No governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), a Booz-Allen, na qual trabalhava o espião Edward Snowden, foi responsável por consultorias estratégicas contratadas pela esfera federal. Incluem-se aí o “Brasil em Ação” (primeiro governo FHC) e o “Avança Brasil” (segundo governo FHC), entre outras, como as dos programas de privatização (saneamento foi uma delas) e a da reestruturação do sistema financeir
o nacional.
A reação imediata do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) às denúncias de que os EUA mantiveram uma base de espionagem no país, durante o seu governo, suscitou interrogações e recomenda providências às autoridades do país. Dificilmente elas serão contempladas sem uma decisão soberana do Legislativo brasileiro, para instalação de uma CPI que vasculhe os porões de sigilo e dissimulação no qual o assunto pode morrer.
Entre as inúmeras qualidades do ex-presidente, uma não é o amor à soberania nacional”, sublinha a matéria publicada, nesta quarta-feira, na agência brasileira de notícias Carta Maior, que reproduzimos, em seguida:
Avulta, assim, a marca defensiva da nota emitida por ele no Facebook, dia 8, horas depois de o jornal ‘O Globo‘ ter divulgado que, pelo menos até 2002, Brasília sediou uma das estações de espionagem nas quais funcionários da NSA e agentes da CIA trabalharam em conjunto.
Nunca soube de espionagem da CIA em meu governo, mesmo porque só poderia saber se ela fosse feita com o conhecimento do próprio governo, o que não foi o caso. De outro modo, se atividades deste tipo existiram, foram feitas, como em toda espionagem, à margem da lei. Cabe ao governo brasileiro, apurada a denúncia, protestar formalmente pela invasão de soberania e impedir que a violação de direitos ocorra…”, defendeu-se Fernando Henrique.
O jornal afirma ter tido acesso a documentos da NSA, vazados pelo ex-agente Edward Snowden, que trabalhou como especialista em informática para a CIA durante quatro anos, nos quais fica evidenciado que a capital federal integrava um pool formado por 16 bases da espionagem para coleta de dados de uma rede mundial. Outro conjunto de documentos, segundo o mesmo jornal, com data mais recente (setembro de 2010), traria indícios de que a embaixada brasileira em Washington e a missão do país junto às Nações Unidas, em Nova York, teriam sido grampeadas em algum momento.
Espionagem e grampos não constituíram propriamente um ponto fora da curva na gestão do ex-presidente. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity – que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende.
O próprio FHC foi gravado , autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Em outro emaranhado de fios, em 1997, gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição, que permitiria o segundo mandato a FHC. Então, como agora, o tucano assegurou que desconhecia totalmente o caso, que ficou conhecido como ‘a compra da reeleição’.
As sombras do passado e as do presente recomendam a instalação de uma CPI como a medida cautelar mais adequada para enfrentar o jogo pesado de interesses que tentará blindar o acesso do país ao que existe do lado de dentro da porta entreaberta pelo espião Snowden. O PT tem a obrigação de tomar a iniciativa de convoca-la.
Mas, sobretudo, o PSDB deveria manifestar integral interesse em sua instalação.
Soaria no mínimo estranho se não o fizesse diante daquilo que o ex-presidente Fernando Henrique definiu como exclamativa ilegalidade: “Se atividades deste tipo existiram, foram feitas, como em toda espionagem, à margem da lei…”.
O Congresso não pode tergiversar diante do incontornável: uma base de espionagem da CIA operou em território brasileiro pelo menos até 2002.
A sociedade tem direito de saber o que ela monitorou e com que objetivos.
Há outras perguntas de vivo interesse nacional que reclamam uma resposta.
pool de espionagem apenas coletou dados no país ou se desdobrou em processar, manipular e distribuir informações, reais ou falsas, cuja divulgação obedecia a interesses que não os da soberania nacional?
Fez o que fez de forma totalmente clandestina e ilegal? Ou teve o apoio interno de braços privados ou oficiais, ou mesmo de autoridades avulsas?
Quem, a não ser uma Comissão Parlamentar, teria acesso e autoridade para responder a essas indagações de evidente relevância política nos dias que correm?
Toda a mídia progressista deveria contribuir para as investigações dessa natureza, de interesse suprapartidário, com a qual o Congresso daria uma satisfação ao país depois da lenta e hesitante reação inicial do Planalto e do Itamaraty, cobrada até por FHC.
Carta Maior e o Correio do Brasil alinham-se a esse mutirão com algumas sugestões de fios a desembaraçar.
Por exemplo: o repórter Geneton Moraes Neto acaba de publicar no G1 (um site do sistema Globo) um relato com o seguinte título: “O dia em que o ministro Fernando Henrique Cardoso descobriu o que é “espionagem”: secretário de Estado (norte-)americano sabia mais sobre segredo militar brasileiro do que ele”.
A reportagem, que vale a pena ler, remete a uma entrevista anterior, na qual FHC comenta seu desconhecimento sobre informações sigilosas do país dominadas por um graduado integrante do governo norte-americano.
O tucano manifesta naturalidade desconcertante diante do descabido.
A mesma naturalidade com a qual comenta agora seu esférico desconhecimento em relação às operações da CIA durante o seu governo.
Ter sido o último a saber, no caso citado por Geneton, talvez seja menos grave do que não procurar, a partir de agora, informar-se sobre certas coincidências, digamos por enquanto assim.
Há questões que gritam por elucidação.
A empresa que coordenava o trabalho de grampos da CIA, a Booz-Allen, na qual trabalhava Snowden, é uma das grandes empresas de consultoria mundial.
No governo FHC, ela foi responsável por consultorias estratégicas contratadas pela esfera federal.
Inclua-se aí desde o “Brasil em Ação” (primeiro governo FHC) até o “Avança Brasil” (segundo governo FHC) e outras, como as dos programas de privatização (saneamento foi uma delas) e a da reestruturação do sistema financeiro nacional.
Todos os trabalhos financiados pelo BNDES. Alguns exemplos:
Caracterização dos Eixos Nacionais de Desenvolvimento. Programa Brasil em Ação. BNDES. Consórcio FIPE/BOOZ-ALLEN. 1998;
Alternativas para a Reorientação Estratégica do Conjunto das Instituições Financeiras Públicas Federais.
Relatório Saneamento Básico e Transporte Urbano. Consórcio FIPE/BOOZ-ALLEN & Hamilton. BNDES/Ministério da Fazenda. São Paulo. 2000
Vale repetir: a mesma empresa guarda-chuva do sistema de espionagem que operou no Brasil até 2002, a Booz Allen, foi a mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do PSDB, para abastecer uma estratégia de alinhamento (‘carnal’, diria Menen) do Brasil com a economia dos EUA. Mais detalhes desse ‘impulso interativo’ podem ser obtidos aqui:
Na aparência, sempre, a perfeita identidade com os inoxidáveis interesses nacionais.
O estudo dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento, por exemplo, foi realizado por um consórcio sugestivamente abrigado sob o nome fantasia de “Brasiliana”.
Por trás, o comando a cargo da Booz-Allen & Hamilton do Brasil Consultores, com suporte da Bechtel International Incorporation e Banco ABN Amro.
O ‘mutirão’ (até a consultoria do banco) foi pago com dinheiro público pelo governo federal, sob a supervisão das equipes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Os resultados do trabalho levaram a dois eixos centrais da concepção tucana de desenvolvimento: o “Brasil em Ação” e o “Avança Brasil”.
Reconheça-se, tudo feito às claras, em perfeita sintonia entre o Estado brasileiro e a empresa guarda-chuva do sistema de espionagem em operação dupla no país.
Na pág. 166 de uma publicação do BNDES, a “contribuição” da Booz-Allen está explicitamente citada:
Uma análise de como a turma da versátil Booz-Allen teve robusta influência na modelagem do sistema financeiro nacional (leia-se, menos bancos públicos, conforme o cânone da concepção de Estado mínimo) pode ser avaliada aqui:
Um fato curioso e que não pode ser desconsiderado na avaliação criteriosa de uma incontornável CPI sobre o assunto: a ex-embaixadora dos Estados Unidos no Brasil Donna Hrinack, tão logo se despediu do cargo no país, sentou-se na cadeira de assessora qualificada da Kroll.
A Kroll, como se sabe, é uma empresa internacional de espionagem que operou a serviço de Daniel Dantas e de seu fundo, o Opportunity.
Trata-se, coincidentemente, de um dos braços financeiros mais importantes do processo de privatização no Brasil, estreitamente associado ao Citybank e, claro, a toda a “carteira” de acionistas que injetou dinheiro na farra neoliberal dos anos 90.
A Kroll foi usada para bisbilhotar autoridades e chegou a espionar ministros do governo Lula, como ficou evidente com a Operação Chacal, da Polícia Federal, deflagrada em 2004.
Como se vê, as revelações de Snowden, ao contrário do que sugere a nota de FHC, definitivamente, não deveriam soar como algo inusitado aos círculos do poder, em Brasília. Se assim são tratadas, há razões adicionais para suspeitar que um imenso pano quente será providenciado para evitar que as sombras fiquem expostas à luz.
A questão, repita-se, não se esgota em manifestar a indignação nacional pelo que Snowden denunciou.
O que verdadeiramente não se pode mais adiar é a investigação pública do que foi espionado, com que finalidade e a mando de quem.
Isso quem faz é uma Comissão Parlamentar de Inquérito”.


SOBRE ESPIONAGEM AMERICANA NA PETROBRÁS

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) classificou como de “extrema gravidade” as denúncias de espionagem norte-americana na Petrobras. A afirmação foi feita em discurso no Plenário, nesta segunda-feira (9), quando o senador fez referência as ações de espionagem do governo dos Estados Unidos na empresa brasileira.
Isso que está acontecendo é realmente dramático. O que está parecendo é que a espionagem do governo dos Estados Unidos é usada como pirataria, inclusive para favorecer as empresas americanas – afirmou.
O senador lembrou que a presidente Dilma Rousseff já pediu explicações ao presidente Barack Obama. Segundo Simon, a argumentação americana é que a linha de espionagem era necessária como defesa do país. No entanto, disse, fica claro que o governo americano coleta informações de ordem comercial e industrial, e a suposta proteção nacional seria apenas uma motivação para a espionagem.
Simon lamentou a atuação de Obama à frente do governo americano. Ele disse que chegou a considerar Obama como um sinal de esperança “no horizonte americano”, depois do governo tumultuado de George W. Bush. O parlamentar gaúcho sugeriu que Obama devolva o Prêmio Nobel da Paz, que recebeu em 2009, pouco tempo depois de ter sido eleito presidente americano pela primeira vez.
Leilão
Pedro Simon também sugeriu a suspensão do leilão do Campo de Libra, localizado na camada de pré-sal na Bacia de Santos (SP). Segundo o senador, os termos do edital já vinham sendo criticados por muitos especialistas, mesmo antes da denúncia de espionagem. Ele acrescentou que até o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli tem criticado os termos do leilão. O senador chamou a atenção para o fato de o Campo de Libra ter potencial de reserva entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris, o que poderia quase dobrar o potencial do Brasil no setor.
Isso desperta a atenção e a cobiça de empresas de vários países – alertou.
O senador apontou que o governo não realiza leilão no setor desde 2008 e, de repente, “decide pisar no acelerador”. O momento, segundo Simon, sugere que “seria prudente” o adiamento do leilão. Ele ainda registrou que algumas representações sobre o leilão também já foram feitas no Tribunal de Contas da União (TCU), com questionamentos sobre o volume de renúncia fiscal e a participação da União no empreendimento. Simon sugeriu a realização de uma audiência pública ou uma sessão temática para discutir o assunto.
O Congresso precisa atentar para a realização de um leilão sob suspeita – declarou Simon.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) elogiou o pronunciamento do colega e informou que a presidente Dilma Rousseff espera que a espionagem seja um assunto resolvido até a data da visita que ela deve fazer aos Estados Unidos, prevista para ocorrer no final de outubro.

Muito oportuna a intervenção do senador Pedro Simon e concordamos que o leilão do Campo de Libra na Bacia de Santos deva ser suspenso imediatamente de maneira geral. Mas quanto aos EUA, a participação de empresas americanas ou a elas associadas nesse e em outros leilões do pré-sal deve ser proibido pelo prazo de dez anos. Por que uma coisa é certa, essa gente só tem uma fragilidade que é quando são atingidos no bolso. Mas não sei se o governo brasileiro tem “cojones” para isso.

domingo, 8 de setembro de 2013

ESPIONAGEM: ESTÁ TUDO ARMAZENADO. NOS EUA

Quando nos inscrevemos no portal de uma empresa norte-americana, Yahoo, Microsoft, Google ou outras, não lemos até o final as condições de utilização. No entanto, se prestarmos atenção veremos que ali é dito textualmente: "autorizo o armazenamento destas informações no território norte-americano". Agora, se os dados que confiamos a Yahoo, Microsoft, Amazon, Facebook ou Google estão armazenados no território norte-americano, eles estão regidos pelo direito norte-americano. A lei votada depois dos atentados de 11 de setembro, o Patriot Act, permite a qualquer governo norte-americano requisitar os arquivos e dados que julgar necessários. Os dados que entregamos a essas empresas vão parar na Agência Nacional de Segurança. Fomos incapazes de criar o equivalente do Google, Facebook ou Apple para conservar essas informações na Europa. O império norte-americano controla 80% de tudo o que passa através da internet no mundo. Imagine! O Google conta com mais de um bilhão de usuários no mundo. E toda a informação produzida por esse bilhão de usuários passa pelos EUA. No plano militar ocorre o mesmo. Os exércitos da Europa dependem hoje das informações fornecidas pelos EUA. Os únicos que conseguiram desenvolver algumas tecnologias próprias são os chineses' 

em Carta Capital

sábado, 7 de setembro de 2013

A ORIGEM DO PODER MUNDIAL

síntese do Poder Mundial seria composta pelos "controladores", pelos agentes conscientes (lideranças político-partidárias) e agentes inconscientes. Os instrumentos de dominação seriam as ideologias, o terrorismo, diferenças raciais e regionais, o ambientalismo, o indigenismo, com incentivo aos movimentos de secessão.

Clube Bilderberg

O Clube Bilderberg (CB) foi criado entre 29 e 31 de maio de 1954, na cidade de Oosterbeckl, Holanda. Desde então, os mais importantes banqueiros, industriais, donos de comunicação, políticos, famílias reais europeias e outras personalidades se reúnem anualmente para traçar os rumos do planeta, dentro dos moldes do que seria um governo mundial secreto.

O CB teria sido criado pelo príncipe Bernhard, da Holanda. As reuniões do CB seriam anuais e durariam 04 (quatro) dias e os participantes seriam convidados pelo Conselho Diretivo do Clube, com um máximo de 130 delegados, sendo 2/3 europeus e o restante dos EUA e do Canadá. Essa elite das nações ocidentais é composta de financistas, industriais, banqueiros, políticos, líderes de corporações multinacionais, presidentes, primeiros-ministros, ministros das Finanças, secretários de Estado e lideranças militares. Em 1991, Clinton teria sido enviado a Moscou pelo CB para que "enterrassem" os relatórios da KGB sobre sua juventude e suas atividades contra a Guerra do Vietnã, de modo a pavimentar seu caminho à presidência dos EUA.
O objetivo maior do CB seria a construção de uma era pós-nacionalista, na qual prevaleceriam uma economia global, um governo global e uma religião também global.

Há duas hipóteses que abordam as ditas pretensões do CB.

A primeira hipótese seria a reunião da elite econômica e política do mundo Ocidental, para fazer face ao avanço do Comunismo no século XX. Preocupado com o crescimento do antiamericanismo na Europa Ocidental, o polonês Joseph Retinger propôs uma conferência internacional - formalizada com a criação do Clube Bilderberg - em que líderes europeus, dos Estados Unidos e do Canadá, discutiriam seus problemas em comum, envolvendo representantes tanto liberais quanto conservadores (no sentido norteamericano) dos países-membros. Posteriormente, as decisões dessas reuniões seriam repassadas para o G-8 e os encontros anuais de Davos.

A outra hipótese, hoje mais propalada, vê o CB dentro do que se convencionou chamar como "teoria da conspiração", cujo movimento teria pretensões de dominar todo o planeta, estabelecendo um governo mundial, o célebre "governo sombra". Esse objetivo seria alcançado pela Organização das Nações Unidas (ONU) - onde atualmente prevalecem teses esquerdistas -, na construção de uma nova ordem mundial, com moeda, exército e religião comuns, para quebrar a espinha dorsal da soberania das nações emergentes ou subdesenvolvidas - especialmente aquelas detentoras de reservas estratégicas, como minerais, água e biodiversidade, onde o Brasil se destaca em primeiro plano. Isso seria conseguido com o trabalho das ONG - especialmente as ambientalistas -, descaracterização cultural, internacionalização dos costumes, drogas, guerras localizadas, corrupção de políticos, controle da Educação, terrorismo etc.

A síntese do Poder Mundial seria composta pelos "controladores", pelos agentes conscientes (lideranças político-partidárias) e agentes inconscientes. Os instrumentos de dominação seriam as ideologias, o terrorismo, diferenças raciais e regionais, o ambientalismo, o indigenismo, com incentivo aos movimentos de secessão. Enfim, estaria sendo empregada a guerra permanente de 5ª geração, que, no Brasil, teria como objetivo a "balcanização" da Amazônia, com a criação de inúmeras "nações indígenas", depois que forem demarcadas e homologadas todas as Terras Indígenas (TI) da região, que ocultariam imensuráveis reservas minerais e rica biodiversidade. Entre os principais atores frente à "defesa da Amazônia" estaria a realeza britânica, na pessoa do Príncipe Philip e sua ONG Fundo Mundial para a Natureza (WWF). A presença do Príncipe Charles na região, tanto no período da criação da TI Ianomâmi, quanto no da TI Raposa Serra do Sol, seria uma prova irrefutável dessa cobiça.

Junto do CB e da ONU, podem ser citados outros grupos tidos como "controladores", como o Diálogo Interamericano, a Comissão Trilateral, o Clube de Roma, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Conselho de Relações Internacionais (Council on Foreign Relations - CFR), o Grupo dos 30, cujos objetivos seriam varrer do mapa a ideia de soberania nacional e eliminar as Forças Armadas nacionais. Não se pode esquecer o próprio Foro de São Paulo, criado em 1990 por Fidel Castro e Lula da Silva, para "recuperar na América Latina tudo o que foi perdido no Leste europeu", ou seja, transformar o mundo latinoamericano em uma nova União Soviética, tendo por modelo Cuba e o "socialismo do século XXI" do bolivarianismo de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. A criação da União de Nações Sulamericanas (Unasul) seria o primeiro passo para atingir esse objetivo estratégico.

Diálogo Interamericano

Em 1982, o Centro Acadêmico Woodrow Wilson, subordinado ao Congresso dos EUA, organizou três seminários em Washington para debater as repercussões da Guerra das Malvinas. Como resultado, foi criado o Diálogo Interamericano (DI), cuja ata de fundação foi subscrita, entre outros, por Fernando Henrique Cardoso, Alzira do Amaral Peixoto, Paulo Lehmann, e Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde sua fundação, o DI difunde teses como soberania limitada (ou relativa) das nações, direito de ingerência e da interdependência entre as Nações.

Quando FHC foi eleito presidente, a "dependência subalterna" do Brasil ao capital mundial deu-se dentro do conceito da "teoria da dependência", tese defendida por ele nos meios acadêmicos dos tempos em que ainda não pedia para "esquecer o que havia escrito". Em 1995, durante sua visita ao Brasil, o Secretário de Defesa dos EUA, William Perry, declarou ao jornal O Globo (06/05/1995) "que o seu governo quer que as Forças Armadas de cada país passem a ser lideradas por um Ministro de Defesa que seja civil. A liderança civil do sistema de defesa fortalece tanto a democracia quanto as próprias Forças Armadas. Nós vamos incentivar isso, assim como a idéia de que haja uma transparência cada vez maior no intercâmbio de informações militares entre as três Américas". Isso explica por que FHC atendeu prontamente o DI, criando o Ministério da Defesa, em 1999, tirando todo o poder político dos antigos comandantes das três Forças Armadas.

"FHC, nos seus governos, ainda, diminuiu fortemente os orçamentos militares, restringiu aumentos de vencimentos, sucateou as FA, cortou verbas para alimentação, diminuiu efetivos, escasseou recursos para pesquisas militares, paralisou o Programa Calha Norte, assinou o tratado de não-proliferação Nuclear, paralisou o desenvolvimento do submarino nuclear, assinou o vergonhoso acordo 505 e o acordo para o não desenvolvimento de mísseis, afastou as FA do centro das decisões nacionais e privatizou áreas estratégicas para a Defesa. O conjunto da sua obra, sem dúvida, é crime de lesa-Pátria por servir a interesses estrangeiros, prejudicando a Nação" (general Marco Antonio Felicio da Silva in O granadeiro emparedado - Cfr. texto completo em http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=10598&cat=Ensaios&vinda=S).

Nova ordem mundial

Na verdade, observa-se que existem muitos grupos de interesses, além do Clube Bilderberg e do Diálogo Interamericano, que envolvem nações diversas, que se unem em acordos para preservar seus interesses políticos e comerciais. Além do G-8, da imponente força angloamericana (EUA e Reino Unido), da União Européia, outros atores de vulto surgiram nos últimos anos, como o Japão e a China, esta última à frente dos países emergentes de extensão continental, o chamado "BRIC" (Brasil, Rússia, Índia e China). O incremento do recente acordo EUA-China, iniciado durante o governo George W. Bush, dá a exata medida do que será esse gigantesco G-2 nas próximas décadas. Contrariando a doutrina da "nova ordem mundial", de George Bush (pai), que surgiu após a Guerra do Golfo (1991) e que previa a conversão maciça de nações em democracias - o mesmo "profetizado" por Francis Fukuyama em seu ensaio O Fim da História -, com a implementação da globalização, o que de fato ocorreu foi o contrário, uma volta ao tribalismo, com o esfacelamento de federações, como a União Soviética e a antiga Iugoslávia, e de países, como a então Tchecoslováquia. Até nações prósperas como a Espanha (País Basco) e o Canadá (Questão do Quebec francófono) se vêem às voltas com movimentos separatistas.

Mesmo desconsiderando as teorias conspiratórias, como as do Clube Bilderberg e do Diálogo Interamericano, não se deve esquecer das recentes doutrinas americanas que envolvem direta ou indiretamente o Brasil.

Em 24 de abril de 1975, o Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger assinou um documento intitulado Memorando de Estudo para a Segurança Nacional n° 200. Implicações do crescimento da População Mundial para a Segurança dos Estados Unidos da América e seus interesses ultramarinos (NSSM 2000), que passou a ser conhecido como Relatório Kissinger. Entre outras coisas, dizia tal documento:

"A assistência para o controle populacional deve ser empregada principalmente nos países em desenvolvimento de maior e mais rápido crescimento onde os EUA têm interesses políticos e estratégicos especiais. Estes países são: Índia, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, México, Indonésia, Brasil, Filipinas, Tailândia, Egito, Turquia, Etiópia e Colômbia".

Ao Brasil o Relatório Kissinger dedica um parágrafo inteiro:

"América Latina. Prevê-se que haverá rápido crescimento populacional nos seguintes países tropicais: Brasil, Peru, Venezuela, Equador e Bolívia. É fácil ver que, com uma população atual de mais de 100 milhões, o Brasil domina demograficamente o continente; lá pelo fim deste século, prevê-se que a população do Brasil chegará aos 212 milhões de pessoas, o mesmo nível populacional dos EUA em 1974. A perspectiva de um rápido crescimento econômico - se não for enfraquecida pelo excesso de crescimento demográfico - indica que o Brasil terá cada vez maior influência na América Latina nos próximos 25 anos".

Durante o Governo de Bill Clinton, já havia uma doutrina próxima à chamada "Doutrina Bush" - que Barack Obama prometeu enterrar -, a "Doutrina Lake". Propagada em 1996 por Anthony Lake, Assessor de Segurança Nacional de Clinton, essa Doutrina estabelecia que as Forças Armadas americanas deveriam ser utilizadas em 7 circunstâncias: 1) para defender o país contra ataques diretos; 2) para conter agressões; 3) para garantir os interesses econômicos do país; 4) para preservar e promover a democracia; 5) para prevenir a propagação de armas de destruição em massa, terrorismo, crime internacional e tráfico de drogas; 6) com fins humanitários para combater a fome, desastres naturais e grandes abusos de direitos humanos; e 7) em defesa da ecologia e do meio ambiente. Não custa lembrar que os itens 5, 6 e 7 caem como uma luva para o Brasil, caso Uncle Sam chegue à conclusão de que a Amazônia está sendo devastada ("defesa da ecologia"), de que os ianomâmis estão sendo massacrados ("defesa dos 'direitos humanos' ") e de que o narcotráfico tomou conta de nosso País ("prevenção do tráfico de drogas").

Defesa Nacional

O Brasil, país de dimensão continental e riquíssimo em recursos naturais, não pode se descuidar de sua Segurança, tendo em vista a cobiça internacional, especialmente sobre os minerais e a biodiversidade da Amazônia e as riquezas ainda não-dimensionadas do petróleo na região do pré-sal. No passado recente, o País abriu mão de se tornar uma potência nuclear (Projeto Solimões) - fortíssimo argumento dissuasório -, embora tenha o domínio do processo de enriquecimento do urânio desde a década de 1980. Em pouco tempo deverá ter também o domínio da tecnologia espacial, fabricando seus próprios foguetes e satélites geoestacionários, processo retardado devido à explosão do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) em Alcântara, MA, ocorrida em 2003, ocasião em que morreram 21 cientistas brasileiros.

Atualmente, o Brasil está para fechar importante acordo militar com a França, no valor de 6,7 bilhões de euros, para aquisição de 4 (quatro) submarinos convencionais, a transferência de tecnologia francesa para construção do submarino nuclear brasileiro, a fabricação de helicópteros e a construção de uma base naval em Sepetiba, RJ. Com a vinda dessa "Segunda Missão Francesa" ao Brasil, presidida pessoalmente pelo presidente Nicolas Sarkozy, não será surpresa se o Brasil fechar acordo em agosto para a compra de pelo menos 36 caças Rafale, da francesa Dassault, para o projeto F-X2 da Força Aérea Brasileira (FAB), ao custo de US$ 5,4 bilhões. A proposta da Dassault inclui fabricação do Rafale no Brasil.

Com a eleição de Barack Obama, considerado menos "belicista" do que George W. Bush, há setores do Ministério da Defesa que não apoiam a compra de caças de última geração. Esses estrategistas acham que os Super Tucanos e o avião-radar RC-99, fabricados pela Embraer, são suficientes para as necessidades reais do País, o que é um erro grave para um país continental que pretende se fazer respeitar internacionalmente e ocupar assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Durante a Guerra Fria, predominavam dois blocos político-econômicos, o socialista, representado pela União Soviética, e o capitalista, presidido pelos EUA. Com o fim do império soviético, atenuou-se o perigo comunista e outras composições políticas começaram a ser feitas, como o G-20, em que os emergentes do BRIC passaram a ser também ouvidos em fóruns internacionais.

Com o fim da Guerra Fria e a ascensão da esquerda em vários países latinoamericanos, um novo "inimigo" foi identificado nos meios acadêmicos civis e militares brasileiros: os EUA. A prova mais recente disso seriam as novas bases aéreas cedidas pela Colômbia aos EUA (Malambo, Apiay e Palanquero, acrescidas às já existentes bases de Larandia e Tolemaida), depois que foi desativada a base americana em Manta, Equador. A aparente parceria Colômbia-EUA para o combate ao narcotráfico e à guerrilha teria outros fins, não declarados, como um possível ataque dos ianques contra a Amazônia ou o governo de Hugo Chávez, financiador das FARC que a Colômbia e os EUA combatem. Na verdade, tudo isso não passa de puro antiamericanismo foro-são-paulino, pois os EUA não necessitam de tais bases para atacar países sulamericanos. Os ataques, se forem feitos no futuro, seriam a partir dos porta-aviões estacionados no Pacífico, no Atlântico e no Caribe, exatamente como fizeram nos ataques contra o Afeganistão e o Iraque.

Ameaças imperialistas à parte, compete ao Brasil defender sua soberania nacional, seja na Amazônia Verde, seja na área dos 3,5 milhões de km2 da "Amazônia Azul", com destaque para as reservas petrolíferas subaquáticas. Para isso, é necessário que o País modernize rapidamente suas Forças Armadas, atualmente obsoletas.

Inicialmente, deveria ser reativado o Projeto Calha Norte, para que a região amazônica seja efetivamente integrada à nação brasileira, com a criação de vários batalhões de selva e vilarejos, onde os serviços de Educação e Saúde se fariam também presentes, além da presença dos militares que fazem a Segurança das fronteiras.

Ao mesmo tempo, urge reequipar nossas Forças Armadas, de modo que o Brasil tenha efetiva capacidade de dissuasão frente a uma possível incursão estrangeira, notadamente na Amazônia. O acordo militar Brasil-França poderá suprir, em parte, essas necessidades. Há relatos de que a França tem pretensões de se aliar militarmente ao Brasil e a países africanos e árabes, no intuito de aumentar sua força político-militar frente aos gigantes da atualidade, como os EUA, a Rússia e a China. A Cúpula América do Sul-Países Árabes (ASPA), criada em Brasília em 2005, seria o embrião dessa política de alianças.

Como se pode deduzir frente às atuais alianças políticas e militares, o mundo atual é muito mais complexo do que aquele imaginado pelos "teóricos da conspiração", que vêem no Clube Bilderberg e em outros organismos "controladores" uma grave ameaça à soberania das nações. Ao Brasil cabe a obrigação de não descuidar de sua Segurança Nacional, o que vem ocorrendo nas últimas décadas, de modo até criminoso. Se não formos capazes de defender o óbvio, que são nossas imensuráveis riquezas, tanto da Amazônia, como do pré-sal, não temos o direito de acusar conspiradores que estariam de olho nesses recursos naturais. Os culpados pela perda dessas riquezas e de nossa autonomia seríamos nós, somente nós.