domingo, 14 de junho de 2015

Viagem ao Uruguai de Harlei-Davidson 6ª Parte Volta Para Curitiba


1
Punta del Leste  URUGUAY EM HARLEY-DAVIDSON  (SEXTA PARTE: VOLTA PARA CURITIBA)  
De 27 de dezembro a 10 de janeiro de 2010  
POR PAULA E LUIZ PEDRO DI LUCCA

2
Dia 5 de janeiro de 2011.
Depois da visita ao Forte de São Miguel seguimos rumo a Pelotas. O ponto alto desse trecho é a Reserva Ecológica do Taim.  
Reserva Ecológica do Taim - Uma família de capinchos (capivaras).
Localizado na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, extremo sul do Brasil, o Banhado do Taim é uma Estação Ecológica criada em 1986. Está sob a supervisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, que é responsável por sua administração e fiscalização. Grande parte de sua área de 35.000 hectares é formada por banhados. Também constituem a ESEC TAIM, outros ecossistemas representativos como as lagoas, as dunas, os campos e as matas. Os ecossistemas protegidos pela Estação Ecológica, associados à ambientes similares no seu entorno dão à região do Taim elevada importância biológica e prioritária à conservação da biodiversidade brasileira e mundial.

3
Tão logo emiti um som os animais ficaram em alerta e não se mecheram enquanto estávamos observando-os.
Assim como a flora, a fauna dos banhados é abundante e diversificada, incluindo espécies de mamíferos, répteis, anfíbios, peixes, moluscos, insetos, crustáceos e as aves.  
Os banhados e áreas alagadas formadas pelas lagoas Mirim, Mangueira, Caiubá e Flores são uma das zonas mais ricas em aves aquáticas da América do Sul.  
Surpeendentemente encontramos um jacaré aquecendo- se ao sol.
Sua beleza e importância ecológica nos encantaram e devem ser um orgulho para os pesquisadores, visitantes e os moradores da região.

4
 
A Estação Ecológica do Taim (ESEC Taim) é uma das mais principais estações ecológicas do Rio Grande do Sul e um dos principais ecossistemas do Brasil. Está localizada no sul do estado gaúcho, compreendendo parte dos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar (repartindo, mais ou menos, 30% e 70% de seu território para cada município, respectivamente). Possui uma área de 33.815 hectares, situando-se numa estreita faixa de terra entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mirim. É administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
 
O acesso à Estação Ecológica do Taim se faz pela da BR-471, rodovia que atravessa longitudinalmente a área da estação.  

5
   
Diante dessa variedade ambiental podem ser encontradas várias espécies de animais, tais como o João-de-barro, tartarugas, tuco-tuco, capivaras, ratão-do-banhado, jacaréde-papo-amarelo e uma abundante ave-fauna. A flora, igualmente diversa, apresenta: figueiras, corticeiras, quaresmas, orquídeas, bromélias, cactos, juncos e aguapés.    
Um casal de caranchos ou caracarás.
.

6
   
Desde a época da criação da Reserva Ecológica do Taim, muitos animais morriam atropelados na rodovia. Atualmente com as cercas de tela colocadas a oeste e leste da rodovia 471, os atropelamentos ficaram próximos de zero    
 

7
 
Dia 8 de janeiro de 2011, Curitiba, depois de 3.870 km rodados em Harley-Davidson, uma passada no Café Metrópolis do amigo e harleyro Victor onde fomos confraternizar com os amigos e contar os “causos" da viagem.  
FIM

sábado, 8 de novembro de 2014

“Juiz não é Deus”, mas “Você sabe com quem está falando”?



Cena 1: Uma servidora do Detran-RJ, numa blitz (em 2011), parou um veículo que estava sem placa. A nota fiscal que portava já tinha prazo vencido. O motorista, ademais, não portava a carteira de habilitação (tudo isso foi reconhecido em sentença da Justiça). Quem era o motorista? Um juiz de direito. A servidora (que fez uma dissertação de mestrado sobre ética na administração pública) disse que o carro irregular deveria ser rebocado. Essa providência absolutamente legal (válida para todos) foi a causa do quid pro quo armado. Ele queria que um tenente a prendesse. Este se recusou a fazer isso. Chegaram os PMs (tentaram algemá-la). A servidora disse: “Ele não é Deus”. O juiz começou a gritar e deu voz de prisão, dizendo que ela era “abusada” (quem anda com carro irregular, não, não é abusado). Ela processou o juiz por prisão ilegal. O TJ do RJ entendeu (corporativamente) que foi a servidora que praticou ilegalidade e abuso (dizendo que “juiz não é Deus”). Alegação completar da servidora: “Se eu levo os carros dos mais humildes, por que não vou levar os dos mais abastados?; Posso me prejudicar porque fiz meu trabalho direito”.
Cena 2: O TJ do RJ condenou a servidora a pagar R$ 5 mil por danos morais ao juiz “ofendido” em sua honra (a servidora agiu mesmo sabendo da relevância da função pública por ele exercida). Diz ainda a sentença (acórdão): “Dessa maneira, em defesa da própria função pública que desempenha, nada mais restou ao magistrado, a não ser determinar a prisão da recorrente, que desafiou a própria magistratura e tudo o que ela representa”. “Além disso, o fato de o recorrido se identificar como Juiz de Direito não caracteriza a chamada “carteirada”, conforme alega a apelante.” Uma “vaquinha” na internet já arrecadou mais de R$ 11 mil (a servidora diz que dará o dinheiro sobrante para entidades de caridade). Ela foi condenada porque disse que “juiz não é Deus” (ou seja: negou ao juiz essa sua condição). Heresia! Isso significa ofensa e deboche (disse o TJRJ). O CNJ vai reabrir o caso e apurar a conduta do juiz. Em outra ocasião a mulher de um “dono do tráfico” no morro também já havia dito para a servidora “Você sabe com quem está falando?”.
01. Construímos no Brasil uma sociedade hierarquizada e arcaica, majoritariamente conservadora (que aqui se manifesta em regra de forma extremamente nefasta, posto que dominada por crenças e valores equivocados), que se julga (em geral) no direito de desfrutar de alguns privilégios, incluindo-se o de não ser igual perante as leis(nessa suposta “superioridade” racial ou socioeconômica também vem incluída a impunidade, que sempre levou um forte setor das elites à construção de uma organização criminosa formada por uma troika maligna composta de políticos e outros agentes públicos + agentes econômicos + agentes financeiros, unidos em parceria público-privada para a pilhagem do patrimônio do Estado – PPP/PPE). Continuamos (em pleno século XXI) a ser o país atrasado do “Você sabe com quem está falando?” (como bem explica Da Matta, em várias de suas obras). Os da camada “de cima” (na nossa organização social) se julgam no direito (privilégio) de humilhar e desconsiderar as leis assim como os “de baixo”. Se alguém questiona essa estrutura, vem o corporativismo e retroalimenta a chaga arcaica. De onde vem essa canhestra forma de organização social? Por que somos o que somos?
02. Somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra (disse Sérgio B. De Holanda, Raízes do Brasil) porque aqui se implantou uma bestial organização social hierarquizada (desigual), que veio de outro clima e de outras paragens, carregada de preconceitos, vícios, privilégios e agudo parasitismo (veja Manoel Bomfim). Esse modelo de sociedade foi feito para o desfrute de poucos (do 1% mais favorecido). Poucos eram os colonos nestas inóspitas bandas que podiam receber um título de cavaleiro ou de fidalguia ou de nobreza. Contra essa possibilidade de ascensão os portugueses invocavam dois tipos de impedimentos (que não alcançavam os brancos católicos, evidentemente): (a) o defeito de sangue (sangue infecto dos judeus, mouros, negros, índios ou asiáticos); (b) o defeito mecânico (mãos infectas dos que faziam trabalhos manuais ou cujos ancestrais tivessem praticado esse tipo de trabalho). Nem mesmo os leais ao monarca podiam galgar os privilégios e as graças da monarquia (ou seja: subir na mobilidade social), caso apresentassem um desses defeitos, que depois foram ampliados para abarcar os pobres, as mulheres, as crianças, os portadores de deficiência física, os não proprietários, os não escolarizados etc.
03. Ocorre que no tempo da colônia brasileira (1500-1821) e do Império (1822-1888) pouquíssimas pessoas não estavam contaminadas por uma das duas máculas matrizes. Quais foram, então, as saídas para se ampliar aqui também uma organização social dividida em classes? Ronald Raminelli (em Raízes da impunidade) explica: a primeira foi o rei perdoar os defeitos e quebrar a regra para conceder títulos e honrarias aos nativos guerreiros que defenderam Portugal, sobretudo na guerra com os holandeses (é o caso de Bento Maciel Parente, filho bastardo de um governador do Maranhão, do chefe indígena Felipe Camarão, do negro Henrique Dias etc.); a segunda foi que aqui, apesar do defeito de sangue ou mecânico, foram se formando novas oligarquias (burguesias), que acumularam riquezas e se tornaram potentes com suas terras, seus engenhos, plantações, quantidade de escravos, vendas externas, exércitos particulares etc. Surge aqui o conceito de “nobreza da terra” (que não podia ser excluída das camadas superiores).
04. Ao longo dos anos, como se vê, o tratamento dado às várias camadas sociais foi se amoldando ao nosso tropicalismo (foram se abrasileirando). A verdade, no entanto, é que nem sequer em Portugal nunca foi cristalinamente rígida a separação das classes sociais. Lá nunca houve uma aristocracia hermeticamente fechada (veja S. B. De Holanda). Praticamente todas as profissões contavam com homens fidalgos - filhos-de-algo, salvo se viviam de trabalhos mecânicos (manuais). O princípio da hierarquia, então, entre nós, nunca foi rigoroso e inflexível; nem poderia ser diferente porque aqui se deu uma generalizada mestiçagem (casamentos de portugueses com índias ou com negras), embora fosse isso duramente criticado pelos pseudo-intelectuais racistas, sendo disso Gobineau um patético e psicopático exemplo, que previam o fim do povo brasileiro em apenas dois séculos, justamente em virtude dessa miscigenação das raças (que afetava o crânio das pessoas, na medida em que o crânio tinha tudo a ver com o líquido seminal).
05. As elites que foram se formando (as oligarquias colonialistas) passaram a ser conhecidas como “nobreza da terra” e foram ocupando os postos de destaque na administração, nos cargos militares, na Justiça (juízes e promotores), na esfera fiscal, no controle dos recursos públicos etc. Quando Portugal passava pelos constantes apertos econômicos, os títulos da nobreza eram comprados pelos barões, duques, condes e marqueses. Foram essas as primeiras oligarquias que dominaram a população nativa (poucos brancos e muitos mestiços, índios, pretos alforriados e escravos), mandando e desmandando, com seus caprichos, arbitrariedades e privilégios, destacando-se o da quase absoluta impunidade pelos crimes praticados. Do ponto de vista do controle social, a colônia foi um grande campo de concentração (subordinado aos caprichos do mandante). Os militares sempre constituíram uma classe privilegiada, acima das leis do rei; contrariavam as leis e eram tolerados pelo seu poder e pelas suas armas, assim como pela capacidade de liderar tropas e defender os interesses da monarquia. Ainda hoje contam com uma Justiça especial, um foro especial, distinto dos demais criminosos. Outro exemplo de privilégio é o foro especial para os altos cargos da nação assim como a prisão especial (cautelar) para aqueles que possuem curso superior.
06. “Num ambiente em que todos sempre foram desiguais perante a lei, a desigualdade não é problema. É tradição” (R. Raminelli). No Brasil, portanto, todos (tradicionalmente) lutam por privilégios (não por igualdades de oportunidades ou mesmo igualdade perante a lei). O que nos compraz é o privilégio, não a igualdade. Triste país o que está tão perto dos caprichos e dos personalismos, dos desmandos, da ausência do império generalizado da lei, dos privilégios, das imunidades de classe (impunidade, v. G.) e tão longe da igualdade de oportunidades assim como da igualdade perante as leis. Temos muita dificuldade de lidar com as normas gerais (no trânsito, por exemplo) porque (os elitizados, os das camadas de cima) são criados em casas (e escolas) onde, desde a mais tenra idade, se aprende (educação se aprende em casa!) que há sempre um modo de satisfazer nossas vontades e desejos (e caprichos), mesmo quando isso vá de encontro com as normas do bom-senso e da coletividade (Da Matta, O que faz o brasil, Brasil?.
07. O dilema brasileiro (segue o autor citado) reside no conflito entre a observância das leis gerais e o “jeitinho” que se pode encontrar para burlá-las em razão das relações pessoais. Nós não admitimos (em geral) ser tratados como a generalidade, sim, queremos sempre o atalho, o desvio, o respeito incondicional à nossa “superioridade natural”. O indivíduo que deve obedecer as leis gerais não é a mesma pessoa (distinguida) que conta com relações sociais e privilégios “naturais” (que não poderiam ser contestados). O coração do brasileiro elitizado, hierarquicamente “superior”, balança entre esses dois polos (Da Matta). No meio deles está a malandragem, a corrupção, o jeitinho, os privilégios, as mordomias e, evidentemente, o “Você sabe com quem está falando?”. Claro que a lei, com essa mediação social, fica desprestigiada, desmoralizada. Mas ela é insensível e todos que pisam na sua santa generalidade e igualdade (um dos mitos com os quais os operadores jurídicos normativistas trabalham) ficam numa boa e a vida (depois do desmando, do capricho, da corrupção, do vilipêndio, do crime impune, do jeitinho, da malandragem) volta ao seu normal (Da Matta).

Professor


sábado, 20 de setembro de 2014

Bilderberg 2014


Em um domingo recente (01/06/14) veio a término a 62ª edição da reunião anual do Clube Bilderberg, a seleta organização que congrega as autoridades máximas da política, economia, aristocracia e do poder militar da Europa e dos Estados Unidos.
Todas as propostas e deliberações, celebradas num hotel de Copenhague, foram feitas no mais absoluto segredo: às portas fechadas, sem acesso dos meios de informação e sem publicação das suas conclusões. Embora o clube diga que suas reuniões não tem um caráter oficial e é apenas um fórum de discussão privado, há quem considere o Bilderberg como o encontro internacional mais importante no mundo, onde são tomadas decisões concretas que afetam a todas as pessoas.
“O efeito mais imediato dessa reunião do clube que acabamos de tomar conhecimento é a abdicação do rei Juan Carlos”, afirma ao El Confidencial a jornalista Cristina Martín Jiménez, que há 10 anos investiga os meandros da instituição. “Note que todas as monarquias estão fazendo o traslado geracional. Eles trabalham em consenso e foi decidido que chegou o momento onde é necessário efetuar esse traslado. Não tenho a menor dúvida que a abdicação do rei é uma decisão consensual do Bilderberg”.
Na opinião da autora de 'Perdidos. Los planes secretos del Club Bilderberg (Martínez Roca)', não é um acaso que a reunião desse ano tenha tido a participação da rainha Sofia, da rainha Beatriz da Holanda (filha do fundador do clube, Bernardo de Holanda) e do príncipe Felipe da Bélgica, que também recebeu a chefia da monarquia no ano passado. “Estão renovando todas as cúpulas dos poderes que trabalham conjuntamente no Bilderberg”, assegura ela.
Uma grande reestruturação militar, econômica e comercial
Porém, embora a abdicação do rei da Espanha afete especialmente esse país, Martín Jiménez tem por certo que este não foi o tema mais discutido em Copenhague. Neste ano, grande parte das conversações orbitou sobre possíveis conflitos armados na Rússia, China e no Oriente Médio. E é por isso que a presença militar foi especialmente significativa.
Na lista de convidados desse ano estavam o secretário geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen; o general em chefe das Forças Norte-Americanas na Europa, Philip Breedlove – que, segundo informa Charlie Skelton do The Guardian, foi acompanhado de representantes de altos cargos do Ministério da Defesa Norte-Americano; o ex-diretor da CIA, David Petraeus; o chefe do MI6 (o serviço de espionagem britânico), Sir John Sawers; bem como diversos ministros do exterior europeus, entre outros da Espanha, José Manuel García-Margallo (que compareceu acompanhado de Mercedes Millán Rajoy, diplomata espanhola e sobrinha do presidente).

Na opinião de Martín Jiménez, o Clube Bilderberg está preparando o cenário para a possibilidade de um grande conflito bélico: “O consenso é que daqui a alguns meses ou um ano haverá uma grande reestruturação militar, econômica e comercial com origem em alguma modificação importante na história mundial: um conflito bélico de grandes dimensões”.

O Clube Bilderberg celebrou sua primeira reunião em 29 e 30 de maio de 1954, no hotel Bilderberg, na Holanda, encontro promovido pelo imigrante polonês e conselheiro político Jozef Retinger, preocupado pelo crescente antiamericanismo provocado pelo Plano Marshall na Europa. Desde então, afirma Martín Jiménez, sua principal preocupação tem sido preservar a hegemonia do Ocidente, que agora está sendo questionada.
 “No ano passado, Tony Blair, outro dos líderes que trabalham com os Bilderberg, escreveu um artigo para o Daily Mirror (1) em que dizia claramente que a questão não é a paz, mas sim de falar sobre questões de poder”, explica Martín Jiménez. “Isso foi dito alguns meses antes de reunir-se com o clube na Inglaterra (entre 8 e 9 de junho do ano passado), pois existia uma grande rejeição popular à União Europeia, e recém havia sido criado o UkiP (2), que agora teve grande sucesso nas eleições. Blair interviu afirmando que os trabalhistas e os conservadores teriam de se unir para dar apoio à União Europeia. Estão sendo formados blocos de poder. O Ocidente é um bloco, e ele está sendo reforçado para não permitir a sua invasão por outros blocos.”
Convidados que não vão apenas para papear
A jornalista tem consciência que suas afirmações levantam suspeitas, porém ela está convencida que aquilo que é dito no Bilderberg é de extrema importância. “Eles possuem um mecanismo para desprestigiar aquelas pessoas que os investigam, tachando suas atividades de 'conspiranóia', para que acreditemos que não estão fazendo nada. Dizem que são apenas reuniões informais nas quais as pessoas participam em caráter privado, e que por esse motivo não tem de dar informações. Você já viu as pessoas que estão em tais encontros? Vão os ministros, os reis, a OTAN, o FMI... Tais pessoas não se deslocam para conversar sobre o tempo.”
Além dos grandes líderes militares e da aristocracia, este ano participaram do Bilderberg diretores de corporações como Shell, BP, Fiat, Novartis, Dow Chemicals, Unilever, Airbus e Nestlé; diretores de bancos e instituições financeiras como HSBC, Citigroup, Lazard, Goldman Sachs, Santander, Barclays, American Express, JP Morgan, TD Bank e do Deutsch Bank; e os CEOs e presidentes do Google, LinkedIn e Microsoft; proprietários, editores e representantes de meios de informação como The Financial Times, The Wall Street Journal, Die Zeit, Le Monde, El País e The Washington Post; líderes e políticos de instituições como o Banco Mundial, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu, Banco de Compensações Internacionais, o FMI, a Reserva Federal e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos; e políticos europeus, norte-americanos e canadenses como Mark Rutte, o primeiro ministro holandês, ou David Cameron, primeiro ministro britânico.
A representação espanhola incluiu além da rainha Sofia, o ministro de Relações Exteriores, o diretor geral da La Caixa, Juan Maria Nin, e o presidente do grupo Prisa, Juan Luis Cebrián.
O grande grupo de pressão ocidental
As decisões do Bilderberg, afirma Martín Jiménez, são consensuais e tem efeitos diretos sobre as políticas nacionais. Apenas 15 dias após a reunião do clube em 2012, realizada nos Estados Unidos, a Espanha pediu um empréstimo à Europa para fazer o resgate bancário. Uma decisão que, segundo a jornalista, foi tomada na conferência do Clube, que naquele ano havia tido a participação da vice-presidente Soraya Sáenz de Santamaría. O Bilderberg também foi responsável, ainda segundo Martín Jiménez, de colocar Mario Monti, membro do Comitê Diretor do Clube, como primeiro ministro italiano. “E assim os italianos tiveram de engolir um primeiro ministro que não foi eleito nas urnas”, assegura a jornalista.
O Bilderberg também está por trás dos cortes orçamentários realizados no nosso país. “A Fundação Rockfeller (outro dos grandes promotores históricos do clube) tem falado do tema da superpopulação desde os anos 30”, explica ela. “Não é coisa nova. Os mais velhos e os doentes não são úteis, pois são um ônus econômico. Bruxelas pressiona nossos governos eleitos democraticamente para que reduzam as ajudas aos dependentes e o orçamento para a saúde”.
O clube põe suas mãos em tudo aquilo que possa afetar o desempenho de seus sócios (a elite econômica e política). Incluindo o futuro sucessor do PSOE (3). “Segundo minhas investigações, Madina é o candidato que apoiam os membros espanhóis do Bilderberg”, afirma a jornalista. Somente o tempo dirá se ela está certa, ainda que ela mesma reconheça, “há muitas coisas que eles preveem, porém mais tarde seus planos não se desenvolvem como havia sido desejado”.

Notas:
(1) O artigo em questão pode ser lido aqui: http://dailym.ai/1o5bEWP. No trecho referido o líder do Partido Trabalhista diz:
“(...) Em 1946, Winston Churchill fez seu afamado discurso conclamando por um Estados Unidos da Europa. Ele via um continente assolado por séculos de conflito e recentemente por duas guerras mundiais. Ele via uma França e uma Alemanha – inimigos em ambas as guerras – tornando-se amigos numa nova união. O racional para a Europa [naquele momento] era simples – paz e não a guerra. Em 2013, existe uma nova lógica que é mais forte, clara e mais duradoura: não a paz, mas o poder. O cenário geopolítico para o Século XXI está passando por uma revolução. A questão para a Grã-Bretanha é: qual é o ponto que nos dá mais vantagens nesse novo cenário? Ao fim do século XIX, a Grã-Bretanha era a maior potência mundial. No final do século XX, eram os EUA. No final do século XXI, possivelmente será a China ou, no mínimo, a China e possivelmente a Índia serão tão poderosos quanto os EUA. Nós precisamos compreender quão profunda é essa mudança e como ela irá nos atingir (...)”
(2) UKiP – Partido Independista do Reino Unido. Eurocéptico. Direita. O partido defende a independência da Inglaterra frente à União Europeia (abandonar a UE). O título do seu Manifesto 2014 diz: “Imigração portas-abertas está sucateando os serviços públicos locais no R.U.” Suas propostas envolvem: soberania e livre comércio sem união política. Proteção das fronteiras e imigração sob condições reguladas. Isenção fiscal sobre salário mínimo e sobre a transmissão de heranças. Fim de subsídios e ajudas ao exterior. Combate ao crime. Cassação do direito a voto de prisioneiros. Sair da jurisdição da Corte Europeia de Direitos Humanos. Permitir a fundação de novas 'grammar schools'. Rejeição ao politicamente correto como proteção ao livre discurso (“free speech”).
(3) PSOE – Partido SOCIALISTA Operário Espanhol, fundado em 1879 (o segundo mais antigo da Espanha). Principal partido de oposição. Parte integrante do Partido SOCIALISTA Europeu e da Internacional Socialista. Adepto da Terceira Via, do multiculturalismo, do humanismo laico, progressista.

UM CLUBE MUITO DISCRETO CONTROLA O MUNDO

CRIADO HÁ 53 ANOS, O CLUBE BILDERBERG REÚNE ANUALMENTE, EM CARÁTER SIGILOSO, NOMES INFLUENTES DA POLÍTICA, DA ECONOMIA E DA MÍDIA DO OCIDENTE PARA DEBATER ASSUNTOS DE INTERESSE MUNDIAL.

É tudo muito discreto: quem atende o telefone do Clube Bilderberg, em Leiden, na Holanda, é uma impessoal voz feminina que, após repetir o número, sugere que a pessoa deixe uma mensagem após o sinal. Alguém mais desavisado poderia até pensar que ligou por engano para uma residência. Mas o que está por trás do tal número de telefone vai muito além disso: para muitos, o Clube Bilderberg é omaestro oculto da política e da economia ocidental há mais de cinco décadas. Todo o segredo que cerca suas atividades (nem portal na Internet ele tem) só contribui para essa imagem.
Fundado em 1954 pelo príncipe Bernhard, da Holanda, pelo primeiro-ministro belga Paul Van Zeeland, pelo conselheiro político Joseph Retinger e pelo presidente da multinacional Unilever na época, o holandês Paul Rijkens, o Clube Bilderberg é uma organização não-oficial que nasceu supostamente para promover a "cooperação transatlântica" e debater "assuntos relevantes em nível mundial" - o que, em plena Guerra Fria, equivalia a discutir a ameaça comunista. O nome Bilderberg vem do hotel holandês que abrigou a primeira reunião, em 1954. O sucesso desse evento convenceu os seus organizadores a realizá-lo anualmente, em algum país europeu, nos Estados Unidos ou no Canadá.
Atualmente, os encontros do Clube reúnem cerca de 120 personalidades européias e norte-americanas influentes na política, na economia e na mídia. Eles ocorrem em hotéis sofisticados e preferencialmente isolados, que são fechados por ocasião do evento.
Nesse período, um fortíssimo esquema de segurança, a cargo de agentes norte-americanos e de vários outros países europeus, além da polícia local, garante a privacidade dos participantes. A conferência mais recente foi realizada no Ritz-Carlton de Istambul, na Turquia, entre os dias 31 de maio e 3 de junho.
O COMITÊ organizador das conferências tem sido bastante criterioso nas suas seleções de convidados, como se pode constatar pelas listas disponíveis. O polêmico ex-secretário de Defesa norte-americano Donald Rumsfeld era nome habitual nos encontros, assim como Peter Sutherland (ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, atual diretor-executivo da British Petroleum e da Goldman Sachs International e membro do comitê organizador do Bilderberg), Paul Wolfowitz (ex-subsecretário de Defesa do governo de George W. Bush e ex-presidente do Banco Mundial) e Henry Kissinger (ex-secretário de Estado norte-americano).
... Clã de seletos
Na página oposta, o príncipe Bernhard, da Holanda, um dos fundadores do Clube Bilderberg. Ao lado, no sentido horário, alguns dos nomes que já o integraram ou que ainda fazem parte dele: a rainha Beatrix, da Holanda; o bilionário David Rockefeller; Henry Kissinger, ex-secretário de Estado norte-americano; Donald Rumsfeld, ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos; e Javier Solana, ex-secretário-geral da Otan.
Bill Clinton, Tony Blair, o ex-secretário- geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) Javier Solana e os bilionários David Rockefeller e Bill Gates também já integraram essa exclusiva relação (veja no quadro alguns dos nomes convidados para a conferência deste ano).
Ao reunir tanta riqueza e poder e zelar pela privacidade absoluta em seus eventos (nenhum participante pode falar sobre o que viu e ouviu nos encontros), o Clube Bilderberg se tornou prato cheio para as teorias conspiratórias. Segundo elas, a organização manipula políticas nacionais e eleições, provoca guerras e recessões e chega a ordenar assassinatos e renúncias de líderes mundiais - como teria acontecido, respectivamente, com o presidente norte-americano John Kennedy e a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
PARA MUITOS sérvios, o Bilderberg foi o responsável pela queda de Slobodan Milosevic. Fala-se ainda que três famosos terroristas - Timothy McVeigh (responsável pelo atentado de Oklahoma City), David Copeland (um dos responsáveis pelo atentado ao metrô de Londres) e Osama Bin Laden - também pensam que os governos nacionais dançam conforme a música tocada pelo Clube.
O curioso é que o Bilderberg incomoda tanto conservadores quanto liberais. Para os primeiros, a organização é um plano sionista liberal. Para os outros, com tanto cacife e sigilo envolvidos, coisa boa não deve sair dali. "Quando tanta gente com tanto poder se reúne em um só lugar, acho que nos devem uma explicação sobre o que está acontecendo", disse o exjornalista britânico Tony Gosling ao jornalista Jonathan Duffy, do BBC News Online Magazine ("Bilderberg: The Ultimate Conspiracy Theory", de 3 de junho de 2004).
Por mais verossímeis ou DESCABELADAS que sejam, as ESPECULAÇÕES sobre a verdadeira ATUAÇÃO do Clube Bilderberg dificilmente poderão ser CONFIRMADAS ou refutadas
Segundo Gosling, o economista britânico Will Hutton, ex-participante das
... Influência
Na página oposta, a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, possível vítima do Clube; Bill Gates já teria participado das reuniões secretas; e o terrorista Osama Bin Laden, que acredita no poder de decisão do Bilderberg.
conferências do Bilderberg, comparou o evento ao encontro anual do Fórum Econômico Mundial, no qual "o consenso estabelecido é o pano de fundo contra o qual a política é feita em nível mundial". Gosling exemplificou os perigos desse "consenso": "Um dos primeiros lugares onde ouvi sobre a determinação de as forças norte-americanas atacarem o Iraque foi no encontro de 2002 do Bilderberg, graças a um vazamento de informação."
Os organizadores se defendem. Para o belga Étienne Davignon, exvice- presidente da Comissão Européia, vice-presidente da multinacional francesa Suez-Tractebel e atual presidente da conferência do Clube Bilderberg, é impossível pensar em comando mundial único.
"Não creio numa classe governante global porque não creio que tal classe exista", disse ele ao jornalista da BBC Bill Hayton ("Inside the secretive Bilderberg Group", de 29 de setembro de 2005). "Apenas penso que são pessoas influentes interessadas em conversar com outras pessoas influentes."
O jornalista Martin Wolf, do diário inglês Financial Times, que foi convidado para alguns encontros, também pensa que não há fogo atrás dessa fumaça: "A idéia de que tais eventos não podem ser realizados na privacidade é fundamentalmente totalitária", disse a Duffy. "Não é um organismo executivo. Nenhuma decisão é tomada lá."
O EX-CHANCELER britânico Denis Healey, uma das presenças de primeira hora das conferências do Clube Bilderberg, também minimizou as críticas: "Nunca procuramos atingir um consenso sobre os grandes temas nas conferências", disse a Duffy.
"É simplesmente um lugar para discussões." Healey é só elogios ao Clube: "O Bilderberg é o grupo internacional mais útil do qual participei. A confidencialidade permite às pessoas falarem honestamente, sem medo das repercussões", acrescentou ele.
Por mais verossímeis ou descabeladas que sejam, as especulações sobre a verdadeira atuação do Clube Bilderberg dificilmente poderão ser confirmadas - ou refutadas - por completo. Elas, aliás, não surpreendem o pesquisador britânico Alasdair Spark, especialista em teorias conspiratórias ouvido por Duffy.
"A idéia de que uma panelinha sombria está mandando em todo o mundo não é nada nova", comentou Duffy. "Por centenas de anos as pessoas acreditaram que o mundo é governado por um grupo de judeus. Não deveríamos esperar que os ricos e poderosos organizassem as coisas em seu próprio interesse? Isso é chamado de capitalismo."
Lista seleta
Os 20 nomes relacionados a seguir, convidados pelo Clube Bilderberg para a conferência deste ano em Istambul, são uma amostra da elite ocidental reunida pela organização.
Rainha Beatrix, da Holanda.
Lloyd Blankfein, presidente e chefe-executivo do banco Goldman Sachs.
Paul Gigot, editor da página de editoriais do Wall Street Journal.
Jaap de Hoop Scheffer, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Rei Juan Carlos I, da Espanha.
Muhtar Kent, presidente e diretor de operações da Coca-Cola.
Henry Kissinger, ex-secretário do ex-presidente Richard Nixon e atual presidente da Kissinger Associates.
Klaus Kleinfeld, presidente da Siemens.
John Mickletwait, editor do The Economist.
Jorma Ollila, chairman da Nokia e da Shell.
Príncipe Philippe, da Bélgica
Eric Schmidt, presidente e chefe-executivo do Google.
Klaus Schwab, presidenteexecutivo do Fórum Econômico Mundial
Javier Solana, secretário-geral do Conselho da União Européia.
Michael Tilmant, presidente do ING Group.
Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu.
Daniel Vasella, presidente e chefe-executivo da Novartis.
Jeroen van der Veer, chefeexecutivo da Shell.
Paul Wolfowitz, presidente do Banco Mundial.
Robert Zoellick (na época, executivo do Goldman Sachs. Assumiu a presidência do Banco Mundial em julho).

domingo, 26 de janeiro de 2014

UM TIRO NA LÍNGUA PORTUGUESA



Todo o ano é a mesma coisa. Lá vem a Globo e lasca "Davôs". Quando os topônimos estrangeiros tem correspondência em português, mesmo que sejam iguais na grafia à palavra de origem, não temos nada que pronunciar à estrangeira. Os outros povos também assim não fazem. Algum francês, por exemplo, deixa de dizer "Lisbonne", ou "Portô" , ou "Coimbra"? Portanto, o vale de Davos na Suíça, ou a comuna de Davos, só podemos pronunciar assim "Dávos". Simples assim!











terça-feira, 26 de novembro de 2013

A mediocridade da nova geração da política paranaense é fruto do provincianismo


" Deus deve amar os homens medíocres. Fez vários deles".
 Esta frase de efeito de Abraão Lincoln, proferida a quase de 200 anos atrás, cabe como uma luva na política paranaense dos dias de hoje. No âmbito nacional, o Paraná nunca teve peso nas decisões da República. Não obstante termos hoje três ministros no governo Dilma, eles em nada aumentaram o nosso prestígio. No passado também tivemos outros ministros que participaram do governo federal, mas igualmente trouxeram pouca contribuição efetiva ao estado.
A nossa nova geração de políticos, de quem esperávamos novas práticas na gestão pública, mostraram-se decepcionantes. Primeiro foi no governo estadual, aonde foi prometido um choque de gestão e o que ganhamos foi a falência absoluta do estado. Calote e pouca disposição para o trabalho do primeiro mandatário somados à pouca lisura no trato da coisa pública transformaram o atual governo no pior da história desde a Quinta Comarca.
Na Prefeitura de Curitiba a decepção é parecida. Embora o prefeito não seja um canalha ou um mau caráter, é de  personalidade fraca a ponto de se deixar manipular por sua entourage e pela irmã é também refém do PT, não consegue fazer frente aos grandes problemas da cidade. Com um planejamento de obras deficiente deixa a cidade literalmente sitiada entre as trincheiras de obras iniciadas e paralisadas. O IPPUC alardeado como o órgão que voltaria a pensar Curitiba conseguiu apenas uma atuação pífia.
Por tudo isso gostem ou não os paranaenses, o que veremos em outubro de 2014 é a volta triunfante de Roberto Requião ao Palácio Iguaçu.