síntese
do Poder Mundial seria composta pelos "controladores",
pelos agentes conscientes (lideranças político-partidárias) e
agentes inconscientes. Os instrumentos de dominação seriam as
ideologias, o terrorismo, diferenças raciais e regionais, o
ambientalismo, o indigenismo, com incentivo aos movimentos de
secessão.
Clube
Bilderberg
O Clube
Bilderberg (CB) foi criado entre 29 e 31 de maio de 1954, na cidade
de Oosterbeckl, Holanda. Desde então, os mais importantes
banqueiros, industriais, donos de comunicação, políticos, famílias
reais europeias e outras personalidades se reúnem anualmente para
traçar os rumos do planeta, dentro dos moldes do que seria um
governo mundial secreto.
O CB
teria sido criado pelo príncipe Bernhard, da Holanda. As reuniões
do CB seriam anuais e durariam 04 (quatro) dias e os participantes
seriam convidados pelo Conselho Diretivo do Clube, com um máximo de
130 delegados, sendo 2/3 europeus e o restante dos EUA e do Canadá.
Essa elite das nações ocidentais é composta de financistas,
industriais, banqueiros, políticos, líderes de corporações
multinacionais, presidentes, primeiros-ministros, ministros das
Finanças, secretários de Estado e lideranças militares. Em 1991,
Clinton teria sido enviado a Moscou pelo CB para que "enterrassem"
os relatórios da KGB sobre sua juventude e suas atividades contra a
Guerra do Vietnã, de modo a pavimentar seu caminho à presidência
dos EUA.
O
objetivo maior do CB seria a construção de uma era
pós-nacionalista, na qual prevaleceriam uma economia global, um
governo global e uma religião também global.
Há
duas hipóteses que abordam as ditas pretensões do CB.
A
primeira hipótese seria a reunião da elite econômica e política
do mundo Ocidental, para fazer face ao avanço do Comunismo no século
XX. Preocupado com o crescimento do antiamericanismo na Europa
Ocidental, o polonês Joseph Retinger propôs uma conferência
internacional - formalizada com a criação do Clube Bilderberg - em
que líderes europeus, dos Estados Unidos e do Canadá, discutiriam
seus problemas em comum, envolvendo representantes tanto liberais
quanto conservadores (no sentido norteamericano) dos países-membros.
Posteriormente, as decisões dessas reuniões seriam repassadas para
o G-8 e os encontros anuais de Davos.
A outra
hipótese, hoje mais propalada, vê o CB dentro do que se
convencionou chamar como "teoria da conspiração", cujo
movimento teria pretensões de dominar todo o planeta, estabelecendo
um governo mundial, o célebre "governo sombra". Esse
objetivo seria alcançado pela Organização das Nações Unidas
(ONU) - onde atualmente prevalecem teses esquerdistas -, na
construção de uma nova ordem mundial, com moeda, exército e
religião comuns, para quebrar a espinha dorsal da soberania das
nações emergentes ou subdesenvolvidas - especialmente aquelas
detentoras de reservas estratégicas, como minerais, água e
biodiversidade, onde o Brasil se destaca em primeiro plano. Isso
seria conseguido com o trabalho das ONG - especialmente as
ambientalistas -, descaracterização cultural, internacionalização
dos costumes, drogas, guerras localizadas, corrupção de políticos,
controle da Educação, terrorismo etc.
A síntese
do Poder Mundial seria composta pelos "controladores",
pelos agentes conscientes (lideranças político-partidárias) e
agentes inconscientes. Os instrumentos de dominação seriam as
ideologias, o terrorismo, diferenças raciais e regionais, o
ambientalismo, o indigenismo, com incentivo aos movimentos de
secessão. Enfim, estaria sendo empregada a guerra permanente de 5ª
geração, que, no Brasil, teria como objetivo a "balcanização"
da Amazônia, com a criação de inúmeras "nações indígenas",
depois que forem demarcadas e homologadas todas as Terras Indígenas
(TI) da região, que ocultariam imensuráveis reservas minerais e
rica biodiversidade. Entre os principais atores frente à "defesa
da Amazônia" estaria a realeza britânica, na pessoa do
Príncipe Philip e sua ONG Fundo Mundial para a Natureza (WWF). A
presença do Príncipe Charles na região, tanto no período da
criação da TI Ianomâmi, quanto no da TI Raposa Serra do Sol, seria
uma prova irrefutável dessa cobiça.
Junto do
CB e da ONU, podem ser citados outros grupos tidos como
"controladores", como o Diálogo Interamericano, a Comissão
Trilateral, o Clube de Roma, o Fundo Monetário Internacional (FMI),
o Conselho de Relações Internacionais (Council on Foreign Relations
- CFR), o Grupo dos 30, cujos objetivos seriam varrer do mapa a ideia
de soberania nacional e eliminar as Forças Armadas nacionais. Não
se pode esquecer o próprio Foro de São Paulo, criado em 1990 por
Fidel Castro e Lula da Silva, para "recuperar na América Latina
tudo o que foi perdido no Leste europeu", ou seja, transformar o
mundo latinoamericano em uma nova União Soviética, tendo por modelo
Cuba e o "socialismo do século XXI" do bolivarianismo de
Hugo Chávez, presidente da Venezuela. A criação da União de
Nações Sulamericanas (Unasul) seria o primeiro passo para atingir
esse objetivo estratégico.
Diálogo
Interamericano
Em 1982,
o Centro Acadêmico Woodrow Wilson, subordinado ao Congresso dos EUA,
organizou três seminários em Washington para debater as
repercussões da Guerra das Malvinas. Como resultado, foi criado o
Diálogo Interamericano (DI), cuja ata de fundação foi subscrita,
entre outros, por Fernando Henrique Cardoso, Alzira do Amaral
Peixoto, Paulo Lehmann, e Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde sua
fundação, o DI difunde teses como soberania limitada (ou relativa)
das nações, direito de ingerência e da interdependência entre as
Nações.
Quando
FHC foi eleito presidente, a "dependência subalterna" do
Brasil ao capital mundial deu-se dentro do conceito da "teoria
da dependência", tese defendida por ele nos meios acadêmicos
dos tempos em que ainda não pedia para "esquecer o que havia
escrito". Em 1995, durante sua visita ao Brasil, o Secretário
de Defesa dos EUA, William Perry, declarou ao jornal O Globo
(06/05/1995) "que o seu governo quer que as Forças Armadas de
cada país passem a ser lideradas por um Ministro de Defesa que seja
civil. A liderança civil do sistema de defesa fortalece tanto a
democracia quanto as próprias Forças Armadas. Nós vamos incentivar
isso, assim como a idéia de que haja uma transparência cada vez
maior no intercâmbio de informações militares entre as três
Américas". Isso explica por que FHC atendeu prontamente o DI,
criando o Ministério da Defesa, em 1999, tirando todo o poder
político dos antigos comandantes das três Forças Armadas.
"FHC,
nos seus governos, ainda, diminuiu fortemente os orçamentos
militares, restringiu aumentos de vencimentos, sucateou as FA, cortou
verbas para alimentação, diminuiu efetivos, escasseou recursos para
pesquisas militares, paralisou o Programa Calha Norte, assinou o
tratado de não-proliferação Nuclear, paralisou o desenvolvimento
do submarino nuclear, assinou o vergonhoso acordo 505 e o acordo para
o não desenvolvimento de mísseis, afastou as FA do centro das
decisões nacionais e privatizou áreas estratégicas para a Defesa.
O conjunto da sua obra, sem dúvida, é crime de lesa-Pátria por
servir a interesses estrangeiros, prejudicando a Nação"
(general Marco Antonio Felicio da Silva in O granadeiro emparedado
- Cfr. texto completo em
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=10598&cat=Ensaios&vinda=S).
Nova
ordem mundial
Na
verdade, observa-se que existem muitos grupos de interesses, além do
Clube Bilderberg e do Diálogo Interamericano, que envolvem nações
diversas, que se unem em acordos para preservar seus interesses
políticos e comerciais. Além do G-8, da imponente força
angloamericana (EUA e Reino Unido), da União Européia, outros
atores de vulto surgiram nos últimos anos, como o Japão e a China,
esta última à frente dos países emergentes de extensão
continental, o chamado "BRIC" (Brasil, Rússia, Índia e
China). O incremento do recente acordo EUA-China, iniciado durante o
governo George W. Bush, dá a exata medida do que será esse
gigantesco G-2 nas próximas décadas. Contrariando a doutrina da
"nova ordem mundial", de George Bush (pai), que surgiu após
a Guerra do Golfo (1991) e que previa a conversão maciça de nações
em democracias - o mesmo "profetizado" por Francis Fukuyama
em seu ensaio O Fim da História -, com a implementação da
globalização, o que de fato ocorreu foi o contrário, uma volta ao
tribalismo, com o esfacelamento de federações, como a União
Soviética e a antiga Iugoslávia, e de países, como a então
Tchecoslováquia. Até nações prósperas como a Espanha (País
Basco) e o Canadá (Questão do Quebec francófono) se vêem às
voltas com movimentos separatistas.
Mesmo
desconsiderando as teorias conspiratórias, como as do Clube
Bilderberg e do Diálogo Interamericano, não se deve esquecer das
recentes doutrinas americanas que envolvem direta ou indiretamente o
Brasil.
Em 24 de
abril de 1975, o Secretário de Estado norte-americano Henry
Kissinger assinou um documento intitulado Memorando de Estudo para a
Segurança Nacional n° 200. Implicações do crescimento da
População Mundial para a Segurança dos Estados Unidos da América
e seus interesses ultramarinos (NSSM 2000), que passou a ser
conhecido como Relatório Kissinger. Entre outras coisas, dizia tal
documento:
"A
assistência para o controle populacional deve ser empregada
principalmente nos países em desenvolvimento de maior e mais rápido
crescimento onde os EUA têm interesses políticos e estratégicos
especiais. Estes países são: Índia, Bangladesh, Paquistão,
Nigéria, México, Indonésia, Brasil, Filipinas, Tailândia, Egito,
Turquia, Etiópia e Colômbia".
Ao
Brasil o Relatório Kissinger dedica um parágrafo inteiro:
"América
Latina. Prevê-se que haverá rápido crescimento populacional nos
seguintes países tropicais: Brasil, Peru, Venezuela, Equador e
Bolívia. É fácil ver que, com uma população atual de mais de 100
milhões, o Brasil domina demograficamente o continente; lá pelo fim
deste século, prevê-se que a população do Brasil chegará aos 212
milhões de pessoas, o mesmo nível populacional dos EUA em 1974. A
perspectiva de um rápido crescimento econômico - se não for
enfraquecida pelo excesso de crescimento demográfico - indica que o
Brasil terá cada vez maior influência na América Latina nos
próximos 25 anos".
Durante o
Governo de Bill Clinton, já havia uma doutrina próxima à chamada
"Doutrina Bush" - que Barack Obama prometeu enterrar -, a
"Doutrina Lake". Propagada em 1996 por Anthony Lake,
Assessor de Segurança Nacional de Clinton, essa Doutrina estabelecia
que as Forças Armadas americanas deveriam ser utilizadas em 7
circunstâncias: 1) para defender o país contra ataques diretos; 2)
para conter agressões; 3) para garantir os interesses econômicos do
país; 4) para preservar e promover a democracia; 5) para prevenir a
propagação de armas de destruição em massa, terrorismo, crime
internacional e tráfico de drogas; 6) com fins humanitários para
combater a fome, desastres naturais e grandes abusos de direitos
humanos; e 7) em defesa da ecologia e do meio ambiente. Não custa
lembrar que os itens 5, 6 e 7 caem como uma luva para o Brasil, caso
Uncle Sam chegue à conclusão de que a Amazônia está sendo
devastada ("defesa da ecologia"), de que os ianomâmis
estão sendo massacrados ("defesa dos 'direitos humanos' ")
e de que o narcotráfico tomou conta de nosso País ("prevenção
do tráfico de drogas").
Defesa
Nacional
O Brasil,
país de dimensão continental e riquíssimo em recursos naturais,
não pode se descuidar de sua Segurança, tendo em vista a cobiça
internacional, especialmente sobre os minerais e a biodiversidade da
Amazônia e as riquezas ainda não-dimensionadas do petróleo na
região do pré-sal. No passado recente, o País abriu mão de se
tornar uma potência nuclear (Projeto Solimões) - fortíssimo
argumento dissuasório -, embora tenha o domínio do processo de
enriquecimento do urânio desde a década de 1980. Em pouco tempo
deverá ter também o domínio da tecnologia espacial, fabricando
seus próprios foguetes e satélites geoestacionários, processo
retardado devido à explosão do Veículo Lançador de Satélites
(VLS-1) em Alcântara, MA, ocorrida em 2003, ocasião em que morreram
21 cientistas brasileiros.
Atualmente,
o Brasil está para fechar importante acordo militar com a França,
no valor de 6,7 bilhões de euros, para aquisição de 4 (quatro)
submarinos convencionais, a transferência de tecnologia francesa
para construção do submarino nuclear brasileiro, a fabricação de
helicópteros e a construção de uma base naval em Sepetiba, RJ. Com
a vinda dessa "Segunda Missão Francesa" ao Brasil,
presidida pessoalmente pelo presidente Nicolas Sarkozy, não será
surpresa se o Brasil fechar acordo em agosto para a compra de pelo
menos 36 caças Rafale, da francesa Dassault, para o projeto F-X2 da
Força Aérea Brasileira (FAB), ao custo de US$ 5,4 bilhões. A
proposta da Dassault inclui fabricação do Rafale no Brasil.
Com a
eleição de Barack Obama, considerado menos "belicista" do
que George W. Bush, há setores do Ministério da Defesa que não
apoiam a compra de caças de última geração. Esses estrategistas
acham que os Super Tucanos e o avião-radar RC-99, fabricados pela
Embraer, são suficientes para as necessidades reais do País, o que
é um erro grave para um país continental que pretende se fazer
respeitar internacionalmente e ocupar assento permanente no Conselho
de Segurança da ONU.
Durante a
Guerra Fria, predominavam dois blocos político-econômicos, o
socialista, representado pela União Soviética, e o capitalista,
presidido pelos EUA. Com o fim do império soviético, atenuou-se o
perigo comunista e outras composições políticas começaram a ser
feitas, como o G-20, em que os emergentes do BRIC passaram a ser
também ouvidos em fóruns internacionais.
Com o fim
da Guerra Fria e a ascensão da esquerda em vários países
latinoamericanos, um novo "inimigo" foi identificado nos
meios acadêmicos civis e militares brasileiros: os EUA. A prova mais
recente disso seriam as novas bases aéreas cedidas pela Colômbia
aos EUA (Malambo, Apiay e Palanquero, acrescidas às já existentes
bases de Larandia e Tolemaida), depois que foi desativada a base
americana em Manta, Equador. A aparente parceria Colômbia-EUA para o
combate ao narcotráfico e à guerrilha teria outros fins, não
declarados, como um possível ataque dos ianques contra a Amazônia
ou o governo de Hugo Chávez, financiador das FARC que a Colômbia e
os EUA combatem. Na verdade, tudo isso não passa de puro
antiamericanismo foro-são-paulino, pois os EUA não necessitam de
tais bases para atacar países sulamericanos. Os ataques, se forem
feitos no futuro, seriam a partir dos porta-aviões estacionados no
Pacífico, no Atlântico e no Caribe, exatamente como fizeram nos
ataques contra o Afeganistão e o Iraque.
Ameaças
imperialistas à parte, compete ao Brasil defender sua soberania
nacional, seja na Amazônia Verde, seja na área dos 3,5 milhões de
km2 da "Amazônia Azul", com destaque para as reservas
petrolíferas subaquáticas. Para isso, é necessário que o País
modernize rapidamente suas Forças Armadas, atualmente obsoletas.
Inicialmente,
deveria ser reativado o Projeto Calha Norte, para que a região
amazônica seja efetivamente integrada à nação brasileira, com a
criação de vários batalhões de selva e vilarejos, onde os
serviços de Educação e Saúde se fariam também presentes, além
da presença dos militares que fazem a Segurança das fronteiras.
Ao mesmo
tempo, urge reequipar nossas Forças Armadas, de modo que o Brasil
tenha efetiva capacidade de dissuasão frente a uma possível
incursão estrangeira, notadamente na Amazônia. O acordo militar
Brasil-França poderá suprir, em parte, essas necessidades. Há
relatos de que a França tem pretensões de se aliar militarmente ao
Brasil e a países africanos e árabes, no intuito de aumentar sua
força político-militar frente aos gigantes da atualidade, como os
EUA, a Rússia e a China. A Cúpula América do Sul-Países Árabes
(ASPA), criada em Brasília em 2005, seria o embrião dessa política
de alianças.
Como se
pode deduzir frente às atuais alianças políticas e militares, o
mundo atual é muito mais complexo do que aquele imaginado pelos
"teóricos da conspiração", que vêem no Clube Bilderberg
e em outros organismos "controladores" uma grave ameaça à
soberania das nações. Ao Brasil cabe a obrigação de não
descuidar de sua Segurança Nacional, o que vem ocorrendo nas últimas
décadas, de modo até criminoso. Se não formos capazes de defender
o óbvio, que são nossas imensuráveis riquezas, tanto da Amazônia,
como do pré-sal, não temos o direito de acusar conspiradores que
estariam de olho nesses recursos naturais. Os culpados pela perda
dessas riquezas e de nossa autonomia seríamos nós, somente nós.
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