segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ibope, Globo, Folha e a metodologia do golpismo


Deu no HP:
Desde as eleições presidenciais de 1989, os “magos” de institutos de pesquisa são tratados pela grande imprensa como grãos-senhores da opinião pública, cientistas políticos dotados do preceito positivista da infalibilidade. Era de se esperar que os especialistas adulados soubessem que cair no canto da sereia midiática pode conduzir suas naus à boca do Adamastor ou espalhar-se no invisível Cabo das Tormentas.

A entrevista concedida pelo presidente do Ibope Carlos Augusto Montenegro à revista Veja (edição 2127, de 26/8/2009) bate de frente com o rochedo da verdade, lançando uma nuvem de suspeita sobre os rigores científicos de futuras pesquisas, seus modelos matemáticos e estatísticos.

Ao afirmar que “sem o surgimento de novas lideranças no PT e com a derrocada de seus principais quadros, o presidente se empenhou em criar um candidato, que é a Dilma Rousseff. Mas isso ocorreu de maneira muito artificial. Ela nunca disputou uma eleição, não tem carisma, jogo de cintura nem simpatia”, Montenegro incorreu em erro primário. Ou o narcisismo excedeu os limites toleráveis, ou a má-fé já não se preocupa em vestir disfarces.

Um “pesquiseiro” pode ter uma expectativa a priori sobre os resultados (ou ninguém testaria hipóteses) e expô-la ao cliente – confidencialmente. Até deve, se achar que não é recomendável gastar tempo, dinheiro e esforço com pesquisa redundante. Mas não é disso que tratamos. É de coisa bem distinta. É do que diz o presidente de uma instituição com conhecidos vínculos com corporações midiáticas a uma revista que não esconde o protofascismo de sua linha editorial.

Dados, só com sondagem realizada
Ao emitir juízo de valor sobre a ministra Dilma que, apesar das evidências, ainda não confirmou sua pré-candidatura, o analista incorreu em duplo erro: ético e metodológico. Quando diz que Dilma não dispõe de carisma, simpatia ou jogo de cintura, Montenegro parece ter se esquecido que sua empresa vai ser solicitada a fazer pesquisa de opinião sobre o objeto dos comentários. Suas afirmações podem criar uma pré-percepção de predisposição. O que, convenhamos, é um desastre para a credibilidade do grupo que preside.

Em outro trecho, quando perguntado pelo jornalista Alexandre Oltramari sobre as possibilidades das candidaturas aventadas até o momento, o economista, habituado a realizar pesquisas em diversos setores, vaticina: “Faltando um ano para as eleições, o governador de São Paulo, José Serra, lidera as pesquisas. Ele tem cerca de 40% das intenções de voto. Em 1998, também faltando um ano para a eleição, o líder de então, Fernando Henrique Cardoso, ganhou. Em 2002, também um ano antes, Lula liderava – e venceu. O mesmo aconteceu em 2006.”
Lorota. Em 1994, pesquisa sobre intenção de voto do Datafolha dava 41% para Lula contra 19% para FHC. O tucano ganhou o pleito no primeiro turno. Em 1998 e 2006 tivemos reeleições e os favoritos eram os candidatos a elas, respectivamente FHC forte (cf. “estelionato cambial”) e Lula, se não diretamente enfraquecido, pelo menos alvejado pelo “mensalão”. Coisa bem diferente de agora.
Montenegro deveria saber que só tem que apresentar dados em cima de um parecer quantitativo que foi extraído de sondagem efetivamente realizada. Do contrário, como faz nessa entrevista, parece querer induzir futura pesquisa ou dar uma opinião pessoal, já dizendo, mesmo antes de fazê-la, qual vai ser o resultado. Conspiracionismos à parte, algo soou estranho nas “amarelinhas” da revista dos Civita.

Uma notinha indispensável
Nossa grande imprensa progride. Já havia abandonado a verdade factual para fazer campanha. Agora, faz pouco da verdade textual também.

A Folha de S.Paulo (“Apoio de petistas a Sarney é insustentável, diz Marina”, 23/08, página A4) falseia (deliberadamente?) as palavras da senadora Marina Silva.Diz o texto de Marta Salomon: “[Marina Silva] lançou mão de personagens da Bíblia para comparar a candidatura Dilma Rousseff e uma candidatura pelo PV à luta entre o gigante Golias e Davi.” Diz a senadora: “(...) não imagino que a candidatura do PT é Golias e nem tenho a pretensão de ser o Davi (...).” Portanto, e ao contrário do afirmado no texto redacional, a senadora “lança mão de personagens da Bíblia” para expor como descabida tal comparação.

O Globo já foi obrigado, no sábado [22/8], a se retratar pela manchete falsa da véspera, denunciada pela senadora no plenário do Senado, com transmissão ao vivo pela emissora da Casa. A Folha, que tem por política não se retratar de falsidades, vai esperar também ser – merecidamente – denunciada de público?

A profissão de fé jornalística nunca esteve tão em alta.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador da Hora do Povo e do Observatório da Imprensa

O Império contra-ataca


A revista inglesa The Economist e o jornal O Estado de São Paulo fecharam na semana passada os entendimentos para iniciar o torpedeamento da candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.

Segundo uma fonte jornalística do periódico paulista, a revista britânca produziria artigos e reportagens dando ênfase às dificuldades da candidatura Dilma e pelo governo do presidente Lula, e o Estadão dará ampla repercussão nas suas páginas.

Vejam a seguir o tom da publicação:

"PT se reduziu ao papel de manter Lula no poder, diz "Economist"

da BBC Brasil

Um artigo na edição desta semana da revista britânica "The Economist" afirma que o PT se reduziu ao papel de manter seu líder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no poder.

Comentando a recente crise no Senado causada pelas denúncias contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e saída dos senadores Flávio Arns e Marina Silva do PT, a publicação afirma que o partido, que se via "socialista, ético, jovem e até romântico" no seu início, "reduziu-se ao papel de fazer com que Lula chegasse ao poder e se mantivesse nele".

A "The Economist" afirma que a recente crise começou quanto Lula "utilizou seu poder" para levar o PT a apoiar Sarney, que a revista classifica como "um líder político antigo, que muitos que entraram no PT queriam tirar da política".

Para a revista, o apoio de Lula a Sarney tem o objetivo de garantir o apoio do PMDB a Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2010.

A ministra chefe da Casa Civil é classificada pela publicação como "uma nova recruta no PT", com uma "competência impressionante, mas com falta de carisma para conseguir votos, como tem o presidente".

Citando algumas dificuldades para a candidatura Dilma --como o diagnóstico de câncer e as denúncias da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira --, a "Economist" afirma, no entanto, que o maior desafio para a petista talvez seja a candidatura de Marina Silva à Presidência pelo PV.

"[Marina] Silva dificilmente se tornará a próxima presidente do Brasil, mas ela pode tirar votos de [Dilma] Rousseff. Antes disso, no entanto, ela terá que ordenar o Partido Verde, que também perdeu seu ímpeto moral em algum lugar de Brasília."

Após absolvição no STF Palocci é o principal pré-candidato ao Governo de São Paulo

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) afirmou nesta sexta-feira (28) que irá defender a candidatura do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) ao governo de São Paulo. É o que revela reportagem de Ana Flor e José Alberto Bombig, publicada na edição deste sábado da Folha.

domingo, 30 de agosto de 2009

Marina agora é companheira de Gabeira, o que é isso companheiros?


O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) promete realizar na próxima quarta-feira (22) um discurso para reconhecer o "erro" ao ceder passagens aéreas da cota a que faz jus como deputado para que familiares viajassem ao exterior.

Escândalo - Gabeira usou verba indenizatória para contratar empresa da mulher O deputado Fernando Gabeira (PV/RJ) usou R$ 20 mil da verba indenizatória para contratar a empresa Lavorare Produções Artísticas, que pertence à sua mulher, Neila Tavares, para montagem de um portal na internet, em 2004. Na época do contrato, Neila era sua namorada. De vários anos.

Gabeira informou que encerrou o contrato com a Lavorare depois que passou a viver com Neila, em 2005. “No momento em que passei a morar com ela e a dividir as despesas domésticas, deixei de contratar a empresa”, afirmou. Mas a produtora continuou a prestar serviços para as campanhas de Gabeira. Em 2006, recebeu R$ 112 mil. Na campanha para a Prefeitura do Rio, em 2008, R$ 38 mil.

Globo cria editoria para Marina Silva


A Rede Globo de Televisão vai investir pesado na criação de uma editoria para a senadora Marina Silva (AC), para testar a possibilidade de alçá-la a uma posição de 12% das intensões de votos para a sua candidatura à presidência da República até o primeiro trimestre de 2010.

A Operação Marina tem como objetivo tirar o maior número de votos da Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, pré-candidata do PT, e é parte de uma estratégia para derrotar Lula e levar Serra ao principal cargo executivo do país.

A seguir uma pequena mostra do estilo de notícias que sairá nos jornalões e nos telejornais da Globo.

Marina diz que não se colocará no lugar de "vítima" de Dilma
ODIL AUGUSTO DAVID
colaboração para a Folha Online

A senadora Marina Silva (PV-AC) disse hoje que não se colocará como "vítima" da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Quando era ministra do Meio Ambiente, Marina teve divergências com Dilma. "Não vou me colocar no lugar de 'vítima' da Dilma", afirmou.


“A senadora Marina Silva (AC) assinou neste domingo (30) termo de filiação ao Partido Verde em meio a gritos de "Marina presidente" e com promessa de trabalhar pelo desenvolvimento sustentável e de reforma da legenda.
A senadora, que falou por cerca de meia hora a uma multidão de membros do partido e simpatizantes, lembrou Chico Mendes, ambientalista assassinado no final da década de 80, e figuras como Martin Luther King e Nelson Mandela.

Saiba mais
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Em uma fala que tirou lágrimas e aplausos em vários momentos, Marina afirmou: "O PV, ao dispor a fazer uma revisão no seu programa e em sua estrutura partidária, me moveu para esse desafio (deixar o PT após 30 anos de militância para se juntar ao partido)".

"Todos os partidos não podem se furtar a esse desafio da sustentabilidade. Estamos crentes que a velha política de se fazer as coisas para as pessoas precisa mudar para uma política com as pessoas".

Participaram do ato de filiação da senadora os principais nomes da legenda, como o deputado federal Fernando Gabeira (RJ), o presidente do PV no Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, e também figuras do movimento ambientalista, como a filha de Chico Mendes, Elenira Mendes.

A senadora, ao justificar sua saída do PT e sua entrada no PV, recheou o discurso com trechos de escritores como Guimarães Rosa e Santo Agostinho. "Estou saindo para fazer outra casa, mas para morar na mesma rua... Não é errado ter diferentes interesses. Nós precisamos de lideranças multicêntricas para questões multicêntricas".

Antes do discurso de Marina, Gabeira afirmou que o objetivo estratégico do partido é trabalhar a redução das emissões de carbono, mas que a legenda vai trabalhar em outros temas relacionados como violência urbana, ética na política e geração sustentável de energia.

Rebatendo críticas recebidas pelo partido nas últimas semanas por conta de apoios à oposição e ao governo, Gabeira disse que "em 2002 chegamos apoiando o PT com a bandeira da ética na política, e hoje temos um governo moralmente frouxo e um congresso apodrecido".

O deputado federal, um dos principais expoentes do PV, reforçou promessas da legenda de mudanças em seus quadros. "Não tem sentido ter em nosso partido pessoas que não são comprometidas com nosso programa".
A senadora encerrou seu discurso sem afirmar se será candidata ou não às eleições presidenciais de 2010.”

ESPAÇO DEBATE ABERTO: PORQUE O MST EXISTE?



Foi relendo sobre a história e geografia do RS, quando meu objetivo era escrever um livro sobre o Visconde do Serro Alegre, que verifiquei a pluralidade e a diversidade étnica e cultural do estado, que constatei dados interessantes sobre o problema fundiário da campanha sulina.

Conhecendo autores que sabiamente contam a história do Rio Grande não a partir da ótica das elites do estado (passadas e presentes), mas a partir da ótica do povo humilde que trabalha nas estâncias e fazendas deste estado, que se inicia o meu entendimento da disputa fundiária do brasil meridional.

Foi nos livros das guerras e revoluções sul-riograndense que constatei a existência de uma diversidade gaúcha e as múltiplas facetas que compõem a alma e o coração do homem do campo, a sua ligação com com a terra e a natureza, o que, aliás, era o objetivo da minha pesquisa, mas, além disso, encontrei dados que comprovam nosso problema de concentração de terra, com a consequente saída do estado, dos descendentes de colonos rio-grandenses.

Estas emigrações vem acontecendo desde a década de 1930 até nossos dias e aconteceram assim: Em 30-SC; 40-PR; 50 e 60-MS; 70-MS,MT-RO-GO-PA; 80 e 90-MG-BA-PI-MA-TO-MT-RO-AC-RR-PARAGUAI e ARGENTINA.

A estrutura fundiária do R.S. onde 2% tem muita terra, 5% tem médias propriedades, 29% tem pequenas áreas de terra e 64% dos imóveis rurais que são considerados minifúndios. Pelas sucessivas divisões das heranças nas pequenas propriedades foram acontecendo e forçando as migrações e o êxodo rural.

Entendi através dos gráficos para as crianças da 4ª série, porque existe hoje o Movimento Sem Terra no estado e neste país chamado Brasil, exigindo Reforma Agrária, o que, aliás, já aconteceu na Europa ainda na Idade Média.

A mídia mostra o MST, suas mobilizações, principalmente algum exagero que o movimento possa cometer aos “olhos” do senso comum, entretanto nunca mostrou de onde e o porquê veio!

Fica aqui o “Espaço Debate Aberto” para discussões e debates.

A curiosidade, e investigação, o levantamento de hipóteses, as conclusões devem ser encaminhados diretamente neste blog.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Paraná Empreendedor abre novas inscrições para micro e pequenos empresários de Curitiba



O Projeto Paraná Empreendedor é desenvolvido pela Secretaria Especial de Relações com a Comunidade

Estão abertas novas inscrições para o Curso de Aperfeiçoamento e Qualificação para pequenos e micro empresários de Curitba. O curso faz parte do Projeto Paraná Empreendedor, da Secretaria de Relações que será ministrado pelo coordenador e idealizador do Paraná Empreendedor Luiz Pedro Di Lucca.
As aulas acontecem no auditório anexo a Secretaria de Relações com a Comunidade, responsável pelo projeto, sempre as segundas feiras das 19h30 às 22h30. As inscrições podem ser efetuadas pelo telefone (41) 3350-1273 ou pelo email dr_dilucca@hotmail.com

Segundo o coordenador e professor Luiz Pedro Di Lucca, o objetivo é mostrar para os empreendedores que, para ter sucesso em seus negócios, é preciso investir tempo para qualificação. Ele lembrou que as pequenas empresas empregam cerca de 80% da população economicamente ativa e o objetivo do projeto é fazer com que elas possam crescer e se consolidar no mercado. “Trata-se de uma política de desenvolvimento empresarial. Vamos oferecer o curso e consultoria gratuitos e operar no fortalecimento da economia local, através da melhoria contínua dos empreendimentos”, destacou Di Lucca, também professor do curso.

Entre outros temas o Curso de Qualificação aborda tópicos como as características do empreendedor, barreiras a serem superadas, vantagens de ter o próprio negócio, qualidade de produtos e serviços, mensuração de valor e preços e cuidados com os clientes. A grade do curso prevê ainda microcrédito através do Probem Banco Social, ambos os programas operados pela Agência do Fomento do Estado do Paraná.

O Partido da Imprensa Golpista já existia antes de 1954


"Quero ressaltar o extraordinário papel que a Rádio Globo, a serviço da imprensa falada, da verdade e da justiça, desempenhou nesta revolução branca que hoje tem a sua noite de glória..."

(Carlos Lacerda, horas antes do suicídio de Vargas, festeja boatos sobre a renúncia do Presidente na emissora líder da campanha golpista de 1954)

Quando Lina não era uma heroína e não se produzia para sair na Rede Globo


No dia 29 de agosto de 2008, o jornal Estado de São Paulo denunciava em matéria que a então chefe da Receita Federal, Lina Vieira, estava aparelhando o órgão e "loteando cargos entre sindicalistas". O jornalista Luiz Carlos Azenha recupera a memória deste episódio, mostrando que a grande imprensa brasileira desistiu definitivamente de ser levada a sério e transformou-se numa usina de factóides.

Chefe da Receita loteia cargos entre sindicalistas

AE - Agencia Estado

em 29 de agosto de 2008

BRASÍLIA - Com seis anos de atraso, os sindicalistas chegaram ao poder na Receita Federal. Desde que assumiu o cargo, no dia 31 de julho, a nova comandante do órgão, Lina Maria Vieira, vem discretamente substituindo os ocupantes dos principais cargos. O processo tem o seguinte padrão: para as superintendências regionais, preferencialmente sindicalistas; para a estrutura central da Receita em Brasília, técnicos.

Para a superintendência de São Paulo, Lina escolheu Luiz Sérgio Fonseca Soares, até então presidente da delegacia sindical do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco) em Belo Horizonte. Subordinada a ele, comandando a Delegacia Especial de Instituições Financeiras, está Clair Maria Hickman, ex-diretora de Estudos Técnicos da Unafisco.

A superintendência em Minas Gerais foi entregue a Eugênio Celso Gonçalves, que era o secretário de Contabilidade da Unafisco em Belo Horizonte. Antes, Eugênio presidiu o sindicato em meados dos anos 80 e foi chefe da delegacia sindical de Belo Horizonte entre 1991 e 1993. Para chefiar a 4ª Região Fiscal, que abrange os Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte, o escolhido foi Altamir Dias de Souza, ex-presidente da delegacia sindical da Unafisco em Salvador e vice-presidente da diretoria nacional do sindicato entre 1999 a 2001.

Conhecida dos colegas por atuações de destaque em assembléias do sindicato, a auditora Eliana Polo Pereira foi nomeada para comandar a estrutura da Receita no Rio de Janeiro e Espírito Santo. De perfil também técnico, ela chefiou a Divisão de Tributação da Receita naquele Estado. Para comandar a Receita na Região Norte, foi nomeado Esdras Esnarriaga Júnior, ligado à Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Anfip).

Para os funcionários experientes da Receita, o fato de sindicalistas terem sido guindados ao comando das unidades regionais do órgão aumenta o risco de atuação política. Existem parâmetros para a definição de pessoas e empresas a serem visitadas pelos fiscais, mas o superintendente e os delegados têm autonomia para definir as estratégias de fiscalização e arrecadação. Por outro lado, os sindicalistas são todos aprovados em concurso público. Portanto, ao menos em tese, têm preparo para assumir essas funções.

Alguns técnicos negam que haja algum projeto político de aparelhamento e dizem que a secretária está apenas trocando "a turma do Everardo". Sempre falando sob condição de se manterem no anonimato, esses técnicos dizem que a Fazenda está pondo um ponto final na influência do ex-secretário Everardo Maciel, que comandou a Receita nos dois mandatos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e prolongou sua influência no órgão por mais seis anos e meio do governo Lula com a escolha de Jorge Rachid - substituído por Lina em julho passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Abdominais, dieta balanceada e corrida formam o trio ideal

Barriga sarada? Aposte na receita mais simples

Mesmo com séries caprichadas, ela nem sempre fica como você sonhou: a barriga tem músculos difíceis de definir e, algumas vezes, a falta de paciência acaba causando a desistência do treino. A má notícia é que não tem jeito: abdominais são, realmente, a melhor forma de formar gominhos e exibir o umbigo. A boa é que não precisa investir em estratégias mirabolantes. Seguindo o básico dedicação com , em quatro semanas já dá para notar músculos mais firmes.

Abdominais
Eles eliminam a flacidez e deixam os fortes, o que resulta na aparência de "tanquinho". Mas não se engane: os exercícios de contração não queimam os pneus, eles agem na definição. Se você precisa perder medidas, o ideal é combiná-los a um treino aeróbio.

"Os abdominais mantêm a musculatura ativa, isto é, em constante trabalho. Por isso, quanto mais seguido fizer abdominais, menor a chance de flacidez", afirma o treinador pessoal e especialista do
Minha Vida, Ivaldo Larentis. Ele lembra que existem diversos estilos de movimentos para garantir uma musculatura uniforme, desde o simples no solo até o oblíquo na prancha declinada (você trabalha a lateral do corpo, definindo a cintura). O segredo é concentrar bastante o esforço, contraindo ao máximo o abdômen e soltando o ar na hora de erguer o tronco.


Alimentação
A alimentação balanceada também é essencial para garantir uma barriga sarada. A nutricionista Andrea Ferrara, da rede de academias Contours, explica que, para conseguir uma completa digestão e não sentir desconforto durante as atividades físicas, uma boa opção é se alimentar no mínimo duas horas antes dos exercícios. Também é preciso evitar alimentos gordurosos e de difícil digestão, como queijos amarelos e carnes gordurosas ou com peles. Fazer refeições a cada três horas e comer duas porções de frutas, legumes e verduras, pelo menos, também ajudam a desenhar a barriga. Isso porque você acumula menos gordura.

Corrida e caminhada
Correr e caminhar não ajudam apenas na perda de peso. Os exercícios também eliminam a gordura localizada, fazendo com que os resultados apareçam mais rápido. "A cintura reflete os treinos de corrida e caminhada, os pneuzinhos somem e só é preciso complementar com abdominais para fortalecer os músculos", afirma o treinador pessoal. Ao correr o ideal é sempre manter o abdômen contraído que, alem de prevenir uma lesão na região lombar fortalece e define ainda mais o abdômen.

Respiração
A respiração é importante em qualquer exercício, mas durante os abdominais elas faz uma diferença ainda maior. Como explica o personal trainer, Ivaldo Larentis. "Inspirar e expirar no momento exato ajuda na contração dos músculos, fazendo com que os exercícios sejam executados com mais precisão". O correto é soltar o ar sempre que estiver fazendo o esforço.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O papelão de Waldvogel e a desmontagem do factóide Lina


A jornalista Monica Waldvogel reuniu no programa "Entre Aspas", da Globonews, o ex-secretário da Receita Federal (no governo FHC), Everardo Maciel, o presidente do SindiReceita, Paulo Antenor, e um advogado tributarista para discutir a "crise da Receita". Após uma introdução onde denunciou o "aparelhamento" da Receita e apresentou Lina Vieira como "vítima" deste processo, ouviu dos convidados que o aparelhamento foi feito, na verdade, por Lina Vieira. Para jornalista Luis Nassif, comentário inicial de Waldvogel foi "vergonhoso, antijornalístico e desonesto".

O programa foi ao ar nesta terça-feira (25). A apresentadora Monica Waldvogel iniciou o "Entre Aspas" com uma leitura apocalíptica sobre o "aparelhamento da Receita" pelo governo Lula, mostrando Lina Vieira como uma "vítima" de interesses poderosos (Sarney, Petrobras, etc.). Todas as teses da introdução de Waldvogel foram rejeitadas e rebatidas pelos participantes do programa. Ao final do mesmo, constrangida, a jornalista pergunta:

- Mas então houve uma manipulação da opinião pública?

O jornalista Luis Nassif resumiu assim, em seu blog, o papel constrangedor de Waldvogel e a desmontagem do factóide Lina Vieira:

"O comentário inicial lido por Mônica Waldvogel é vergonhoso, antijornalístico, desonesto, porque desmentido ao longo de todo o programa pelos três entrevistados convidados. A Globonews perdeu o rumo."

Os três convidados são unânimes em afirmar que politização ocorreu na fase de Lina Vieira, não agora. Mônica atropela as conclusões da mesa redonda, desrespeita os telespectadores ao antecipar conclusões falsas. Principalmente sabendo-se que a abertura sempre é feita após o programa, com base nas conclusões levantadas.

Paulo Antenor, presidente do SindiReceita, sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, denuncia o aparelhamento da Receita… por Lina. Mostra que o pedido de demissão coletiva dos antigos superintendentes foi apenas uma antecipação para demissões que ocorreriam. O advogado tributarista nega crise na Receita. Disse que está mais preocupado com as taxas de juros dos bancos e temas mais relevantes.

Mônica tenta se socorrer do ex-Secretário da Receita Everardo Maciel, da gestão FHC, pedindo que confirme a politização. Everardo diz que a politização ocorreu com Lina e que agora não há ingerência política, porque é atribuição do Ministro definir o Secretário.

Depois disso tudo, Mônica volta ao papo de que Mantega estaria pressionando para não apertar os grandes contribuintes. Os entrevistados negam. Everardo mostra que esse foco nos grandes contribuintes começou em sua gestão. Mônica diz que houve aumento na arrecadação dos grandes contribuintes na gestão Lina. Everardo desmonta com números.

Mônica vem com a história da opção do regime de caixa pela Petrobras foi manipulação. Everardo é incisivo: a Petrobras está certa. O factóide criado foi para justificar a queda da arrecadação na gestão Lina - embora admita que a queda tem muitos outros fatores deflagradores, entre os quais a crise.

Mônica: se fosse tão clara a possibilidade de mudar o regime no meio do ano, não haveria essa controvérsia.

Everardo: a regra é clara e foi feita em 1999 justamente para enfrentar o problema da desvalorização cambial.

Mônica: mas até agora a Receita está para soltar um parecer.

Everardo e os demais: já foi feito, concordando com a Petrobras. Essa prática existe há muito tempo, não existe qualquer ilegalidade ou manobra contábil.

Mônica, balbuciando: a lei foi feita. Houve então uma manipulação da opinião pública?

Todos concordam com a cabeça.

Aí ela deriva a entrevista para o caso Sarney, perguntando se é legítimo pressionar a Receita para abrandar a fiscalização.

O presidente do Sindicato disse que é impossível essa pressão, que nunca essa informação correu na Receita. Disse que sempre trabalhou próximo à chefia da Receita, tanto no governo FHC e Lula, e nunca viu esse procedimento. O chefe da Receita conversa com políticos todos os dias. Mas esse tipo de ingerência é novidade para a gente.

Everardo disse que se ocorreu, o momento certo seria na época em que foi feita. Se não fez, cometeu prevaricação.

Conclusão final dos três entrevistados: Lina foi um desastre para a imagem da Receita e caberá a todos os funcionários trabalharem para o resgate de sua imagem.

O governo dos Estados Unidos começa a semear incertezas na economia sulamericana como forma de intimidar o nosso crescimento


O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou que as perspectivas de crescimento da economia dos Estados Unidos e do resto do mundo são boas, mas que “desafios importantes ainda persistem”.

Enquanto isso, o governo Norte-americano começa a semear incertezas na economia sulamericana como forma de intimidar o nosso crescimento. Vejam a matéria a seguir:

Os países da América Latina e do Caribe vão experimentar, em 2009, uma queda “sem precedentes” de 13% no volume de exportações e importações, de acordo com o relatório Panorama da Inserção Internacional 2008-2009, da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), divulgado nesta terça-feira.

O volume, segundo o documento, é superior aos 10% de queda projetados para o comércio mundial.

“O dado confirma que o comércio foi o setor mais afetado pela crise econômica global na região. O comércio sofre uma contração sem precedentes”, afirmou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, em uma coletiva em Santiago, no Chile, sede do organismo internacional.

Segundo o documento, o volume das exportações da região cairá 11%, seu pior resultado em 72 anos (desde 1937), enquanto as importações deverão retroceder 14% - o nível mais baixo em 27 anos (desde 1982).

O relatório afirma que a queda no comércio é resultado do “forte declínio da demanda internacional, da queda dos preços de algumas matérias-primas básicas, das dificuldades para o financiamento do comércio e o comportamento pró-cíclico dos fluxos de comércio intrarregional, especialmente na América do Sul”.

"Como consequência da crise, o comércio mundial despencou a uma taxa, inclusive, maior do que a registrada durante a Grande Depressão. De julho de 2008 a maio de 2009, a contração no valor do comércio mundial foi de 37%. Para 2009, em seu conjunto, a previsão é de uma queda no volume do comércio mundial próxima a 10%."

A secretária-executiva da Cepal afirmou em um comunicado, no entanto, que a expectativa é de que o comércio internacional “volte a ser fonte de oportunidades” e que a “região deve se preparar” para isso.

Economia real

No texto, o organismo afirma que a crise mundial foi transmitida para a economia real da região por meio das quedas no investimento estrangeiro direto (IED), nas remessas dos migrantes, nos preços dos produtos básicos e no comércio.

"O choque externo que a região sofreu é de proporções superiores ao provocado pela crise asiática e pela crise da dívida externa. As cifras projetadas para 2009, em comparação com 2008, mostram uma queda entre 35% e 45% nos fluxos de Investimento Estrangeiro Direto (IED), entre 5% e 10% nas remessas, de 29% nos preços internacionais dos produtos básicos exportados pela região e de 25% no valor de suas exportações", diz o relatório.

Serviços e turismo também foram afetados, segundo o organismo. Pelo balanço da Cepal, quase todos os países da região sofreram quedas nos fluxos de comércio com seus principais sócios (Estados Unidos, União Europeia, Ásia e a própria região).

Somente a China, diz o documento, apresentou “demanda sustentada de produtos básicos”, o que serviu para contrabalançar parte desta retração do comércio exterior regional.

Entre as mercadorias mais afetadas pela queda nas vendas externas no primeiro semestre de 2009 estão produtos de mineração e petróleo de toda a região (50,7%). Já os produtos manufaturados e agrícolas caíram 23,9% e 17% respectivamente.

Apesar dos resultados ruins no comércio, a Cepal afirma que a região está conseguindo enfrentar melhor esta crise do que as anteriores.

“A região está enfrentando este choque sem repercussões drásticas na evolução do PIB e do emprego, o que mostra que está melhor preparada como resultado da confluência de um bom ciclo internacional (2003-2007), com as melhorias na gestão da política econômica.”

Recuperação brasileira

Em entrevista à BBC Brasil, a secretária-executiva da Cepal Alicia Bárcena, afirmou que, em sua avaliação, o Brasil pode registrar um desempenho econômico positivo este ano, ao contrário da última previsão da Cepal de que a economia brasileira teria uma retração de 0,8% em 2009.

“A verdade é que o Brasil teve importante recuperação. Produtos importantes para o país tiveram alta nos preços (no mercado internacional), como soja e aço. Além disso, ajudou muito a demanda interna e medidas do governo na área fiscal, como a redução de impostos para aumentar o consumo de automóveis, por exemplo, e por meio do BNDES, com investimentos”, afirmou.

A representante do organismo internacional controlado pelo Departamento de Estado dos EUA) acrescentou ainda: “O Brasil atuou com muita rapidez e (...) gerou empregos neste período de crise”.

Segundo Bárcena, as previsões da Cepal para as economias do Chile e da Argentina também podem ser revistas, já que o preço da soja voltou a subir - o que é “fundamental” para a Argentina - e a China voltou a comprar cobre, o que é “decisivo” para a economia chilena.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sem terra é executado com tiro nas costas pela polícia gaúcha


PORTO ALEGRE - O sem terra Elton Brum da Silva foi morto na manhã desta sexta-feira (21) em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, com um tiro pelas costas, desferido por uma espingarda calibre 12 durante desocupação, pela Brigada Militar (a Polícia Militar gaúcha), da Fazenda Southall. O assassinato ocorreu por volta das 8 horas da manhã. Elton deu entrada no hospital quase duas horas depois. O MST, em nota oficial, lamentou com pesar o ocorrido e responsabilizou o governo Yeda Crusius (PSDB), o Ministério Público do RS e a Justiça. Não é a primeira vez que a Brigada Militar usa de truculência durante reintegrações de posse, aliás, a violência contra os movimentos sociais instaurada desde o início do Governo Yeda denota opção clara por tratar as questões sociais, como a Reforma Agrária, como caso de polícia.

“Eu não tava próximo tão próximo no momento dos tiros porque a gente se dividiu em dois grupos. Quando Elton foi atingido, ele estava na frente da trincheira e a cavalaria da Brigada entrou por trás, eram cerca de 80 deles, com espadas. A ação foi muito violenta, tem companheiro nosso com a perna cortada por espada. Quando eu ouvi os disparos, a gente tentou ver o que tinha acontecido, mas foi formado um cordão ao redor pelo batalhão. Nós não podíamos nem abrir os olhos, todos no chão, e eles continuavam batendo. Isso durou uns vinte minutos. Bombas de gás foram jogadas nas crianças, que estavam em grupo que tentávamos proteger. Depois que tudo acalmou, deixaram que nós entrássemos de 10 em 10 pessoas para recolher colchões e coisas do gênero. Foi aí que vimos que, onde aconteceram os tiros, havia uma lona preta, com muito sangue embaixo”.

O relato é de Rodrigo Escobar, militante do MST, que esteve na ação em São Gabriel. Na conversa por telefone com Carta Maior, Escobar contou que muitas crianças foram levadas ao hospital e que os números de feridos divulgados pela imprensa durante o dia não são nem uma pequena amostra do que aconteceu na Fazenda Southall. Além disso, relatou que o comando da ação movida pela Brigada era confuso, e que nem os próprios oficiais presentes se entendiam. “Enquanto uns mandavam ir pra cima, outros diziam para recuar”, disse. Quase duas horas depois, Brum chegou sem vida ao Hospital Santa Casa de Caridade, por volta das 9h40min da manhã. Uma mulher e uma criança também ficaram feridas no confronto, provavelmente com estilhaços do disparo que atingiu o militante.

Nas primeiras horas da manhã, as informações repassadas à imprensa pela Brigada Militar atribuíam a morte de Brum a um mal súbito. O assassinato só foi confirmado na metade da manhã. O ex-ouvidor agrário do Governo Yeda e também ex-ouvidor da Segurança Pública, Adão Paiani, disse que o sem-terra Brum foi morto pela Brigada Militar. Paiani relatou que foi procurado, na condição de ex-ouvidor da segurança pública, por um oficial da BM que assistiu à desocupação da fazenda. Esse oficial teria relatado que o manifestante foi morto durante discussão com um oficial da BM que atua na região da Fronteira. Brum teria dito alguns palavrões para o oficial, que revidou com um tiro de espingarda. O próprio oficial e alguns soldados teriam providenciado a remoção de Brum, ainda vivo, para o hospital de São Gabriel, numa viatura da BM. Ele não portava arma de fogo.

"Extremamente profissional"
Lisiane Vilagrande, promotora de São Gabriel, acompanhou a ação da Brigada durante a desocupação desde as 5h da manhã desta sexta-feira. Segundo ela, a ação “foi extremamente profissional. Em momento nenhum eu senti alguma tensão ou nervosismo por parte dos policias militares que executavam a ação. Foi tudo muito rápido”. No entanto, a promotora não soube precisar a que distância acompanhou a ação. “Fiquei a uma distância razoável, em um ponto mais alto. Nós tínhamos uma visão, mas relativamente limitada. E, além disso, acho que para minha própria segurança, o coronel me manteve a uma distância adequada. Eu estava mais próxima do que a imprensa, mas eu estava bem distante do acampamento em si”. A promotora apenas admitiu ter escutado tiros, e também testemunhou o uso de bombas de efeito moral, de som e de gás lacrimogêneo.

O ouvidor agrário do Ministério Desenvolvimento Agrário (MDA), Gercino Silva, saiu de Brasília no início da tarde rumo ao Rio Grande do Sul. Gercino esteve diversas vezes no Rio Grande do Sul, inclusive na época em que era discutida a desapropriação da Fazenda Southall. A avaliação dele ainda é aguardada. Para o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), da Assembléia Legislativa do RS, deputado Dionilso Marcon (PT) “é de conhecimento público a truculência usada pela Brigada Militar nas ações de despejo. Mesmo assim, os poderes públicos optam por tratar as questões sociais, como a reforma agrária, como caso de polícia. Dias atrás a Brigada Militar já usou métodos de tortura física para inibir manifestações dos trabalhadores rurais no município de São Gabriel”.

No final da tarde, o MST divulgou duas fotos do corpo de Elton Brum com perfurações nas costas, comprovando que foi baleado por trás, com uma espingarda calibre 12.

MST responsabiliza Yeda, MP e Judiciário pela morte de sem terra

Em nota oficial, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra denuncia a truculência polícia e responsabiliza o governo Yeda Crusius (PSDB), o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário pelos acontecimentos de São Gabriel, que resultaram na morte de Elton Brum com um tiro de espingarda calibre 12 pelas costas. "Denunciamos a Governadora Yeda Crusius, hierarquicamente comandante da Brigada Militar, responsável por uma política de criminalização dos movimentos sociais e de violência contra os trabalhadores urbanos e rurais".

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota pública sobre o assassinato de Elton Brum pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul: A nota denuncia a truculência polícia e responsabiliza o governo Yeda Crusius (PSDB), o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário pelos acontecimentos de São Gabriel:

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público, manifestar novamente seu pesar pela perda do companheiro Elton Brum, manifestar sua solidariedade à família e para:

1. Denunciar mais uma ação truculenta e violenta da Brigada Militar do Rio Grande do Sul que resultou no assassinato do agricultor Elton Brum, 44 anos, pai de dois filhos, natural de Canguçu, durante o despejo da ocupação da Fazenda Southall em São Gabriel. As informações sobre o despejo apontam que Brum foi assassinado quando a situação já encontrava-se controlada e sem resistência. Há indícios de que tenha sido assassinado pelas costas.

2. Denunciar que além da morte do trabalhador sem terra, a ação resultou ainda em dezenas de feridos, incluindo mulheres e crianças, com ferimentos de estilhaços, espadas e mordidas de cães.

3. Denunciamos a Governadora Yeda Crusius, hierarquicamente comandante da Brigada Militar, responsável por uma política de criminalização dos movimentos sociais e de violência contra os trabalhadores urbanos e rurais. O uso de armas de fogo no tratamento dos movimentos sociais revela que a violência é parte da política deste Estado. A criminalização não é uma exceção, mas regra e necessidade de um governo impopular e a serviço de interesses obscuros, para manter-se no poder pela força.

4. Denunciamos o Coronel Lauro Binsfield, Comandante da Brigada Militar, cujo histórico inclui outras ações de descontrole, truculência e violência contra os trabalhadores, como no 8 de março de 2008, quando repetiu os mesmos métodos contra as mulheres da Via Campesina.

5. Denunciamos o Poder Judiciário que impediu a desapropriação e a emissão de posse da Fazenda Antoniasi, onde Elton Brum seria assentado. Sua vida teria sido poupada se o Poder Judiciário estivesse a serviço da Constituição Federal e não de interesses oligárquicos locais.

6. Denunciamos o Ministério Público Estadual de São Gabriel que se omitiu quando as famílias assentadas exigiam a liberação de recursos já disponíveis para a construção da escola de 350 famílias, que agora perderão o ano letivo, e para a saúde, que já custou a vida de três crianças. O mesmo MPE se omitiu no momento da ação, diante da violência a qual foi testemunha no local. E agora vem público elogiar ação da Brigada Militar como profissional.

7. Relembrar à sociedade brasileira que os movimentos sociais do campo tem denunciado há mais de um ano a política de criminalização do Governo Yeda Crusius à Comissão de Direitos Humanos do Senado, à Secretaria Especial de Direitos Humanos, à Ouvidoria Agrária e à Organização dos Estados Americanos. A omissão das autoridades e o desrespeito da Governadora à qualquer instituição e a democracia resultaram hoje em uma vítima fatal.

8. Reafirmar que seguiremos exigindo o assentamento de todas as famílias acampadas no Rio Grande do Sul e as condições de infra-estrutura para a implantação dos assentamentos de São Gabriel.

Exigimos Justiça e Punição aos Culpados!

Por nossos mortos, nem um minuto de silêncio. Toda uma vida de luta!

Reforma Agrária, por justiça social e soberania popular!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Moradores de Porto Alegre dizem não a construção na orla do Guaíba

Rio Guaíba

Os habitantes de Porto Alegre decidiram domingo (23), por meio de uma consulta pública, manter a proibição para a construção de edifícios residenciais em um terreno privado às margens do rio Guaíba, um dos símbolos da cidade.

O voto era facultativo, e 22,5 mil habitantes declararam os seus. A população local é de 1,42 milhão de pessoas.

O "não" aos prédios residenciais no local venceu por larga vantagem: 18.212 votos (80,7%) contra 4.362 (19,3%) a favor do projeto.

A área em disputa tem 60 mil metros quadrados (o equivalente a seis campos de futebol) e pertencia ao Estaleiro Só, que faliu em 1995.

Nas mãos da iniciativa privada desde 2005, o uso do terreno virou polêmica no ano passado quando a atual dona, a BM Par, informou que pretendia erguer um complexo de edifícios de escritórios e apartamentos. Só prédios comerciais eram permitidos.

A lei de ocupação no local, que vedava a construção de imóveis residenciais, foi alterada pela Câmara Municipal, mas houve protestos de ambientalistas e ativistas comunitários.

O prefeito José Fogaça (PMDB) decidiu submeter a questão a consulta pública.

Polêmica

No início deste ano, a BM Par anunciou a desistência do projeto, mas o município manteve a consulta para dar resposta definitiva à polêmica.

"Não é uma área com a qual as pessoas tenham indiferença. Tem um valor simbólico. Poderia ser sim, poderia ser não. Isso tem tal importância na cidade que seria arbitrário se um prefeito tomasse uma decisão em nome dessa simbologia", disse Fogaça.

A vantagem do "não" era perceptível durante a votação, e um dos argumentos mais repetidos pelos eleitores foi que a decisão sobre o terreno do antigo estaleiro criaria precedente para a ocupação de outras áreas da orla do Guaíba, que tem 72 km de extensão.

Brasil está perto de novo ciclo de crescimento

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil está "no limiar de um ciclo econômico". Para ele, o pais já retomará o crescimento em 2010 devido às ações empreendidas pelo governo contra os efeitos da crise.

"A crise trouxe poucas repercussões econômicas para o pais. Somos um dos primeiros [países] a sair dela, devido ao ajuste rápido e eficaz e pelo custo menor das ações tomadas", afirmou o ministro em seminário realizado pelo jornal "O Globo", no Rio.

Mantega avaliou que "a qualidade" do crescimento do país entre 2003 e 2008 será um facilitador para que a economia inicie um novo ciclo de expansão no próximo ano.

O ministro voltou a criticar o papel dos bancos privados durante a crise. Para Mantega, o Brasil não sairia da crise "tão rápido" sem a ação dos bancos públicos. Ele lembrou que desde setembro de 2008 os bancos privados aumentaram em 3% a concessão de crédito; já os bancos públicos, segundo o ministro, elevaram em 25%.

"Os bancos privados tiveram uma postura conservadora em relação ao crédito. Os bancos públicos exerceram um papel muito importante, e isso é um exemplo de eficiência do setor público", afirmou.

PMDB não abre mão da candidatura de Pessuti ao Governo do Paraná em 2010

Orlando Pessuti

A decisão do senador Osmar Dias (PDT) de desistir da aliança com o PSDB e se aproximar do PT na disputa para governo estadual em 2010 promete complicar a costura que vinha sendo feita entre o Partido dos Trabalhadores e o PMDB. A presidente do PT no Paraná, Gleisi Hoffmann, diz que a aproximação com o pedetista é importante para a coalização da base aliada, mas que o partido vai insistir também com a parceria que vem sendo organizada com o PMDB. “Vamos buscar formar uma aliança com o senador Osmar Dias. Abre-se um importante canal de diálogo, mas também não abrimos mão do apoio do PMDB. A intenção não é definir nomes por enquanto”, afirma.

A pedra no caminho do acordo do PT com o PDT é que o PMDB tem como pré-candidato o vice-governador, Orlando Pessuti, que, apesar de ter um nome menos cotado do que o de Osmar, reforçou ontem a intenção de ir para a briga. “Vamos para as eleições com ou sem o apoio do PT. A ideia é repetir a coligação nacional entre PT e PMDB aqui no Paraná, mas se isso não for possível, o PMDB já tem candidato ao governo estadual.”

Com a aproximação entre PSDB e PDT, o PMDB e o PT vinham acelerando conversas em torno de uma coligação. Há 30 dias foi criado um grupo de discussões com cinco representantes de cada legenda. O próprio governador Roberto Requião já se comprometeu com o presidente Lula a colocar o partido a serviço da pré-candidata petista à Presidência Dilma Rousseff.

Por outro lado, Osmar Dias conta com a simpatia do presidente Lula, que promete transformar em slogan de campanha do senador a declaração “ele é o cara” feita pelo presidente norte-americano Barack Obama ao presidente brasileiro. “O apoio do presidente é sempre decisivo”, diz Osmar, que ressaltou mais uma vez que vai continuar a percorrer o estado para elaborar seu plano de campanha. “Vou apresentar minha proposta. Os partidos que quiserem me apoiar serão muito bem-vindos”, afirma.

A decisão de Osmar Dias de desistir da aliança com o PSDB, confirmada em entrevista ao colunista Celso Nascimento na edição de domingo da Gazeta do Povo, veio a partir do lançamento pelo PSDB da pré-candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo. O outro nome já anunciado é o do irmão de Osmar, o senador Alvaro Dias. “Não fui eu que rompi com o PSDB foi o PSDB que rompeu comigo ao lançar dois nomes pré-candidatos e não me incluir na lista”, afirmou ontem Osmar ao reforçar a decisão.

O presidente do PSDB no Paraná, Valdir Rossoni, tentou minimizar o rompimento. “Não houve ruptura. O que houve foi a colocação de mais um nome para a candidatura ao governo. Vamos manter o diálogo aberto”. De acordo com ele, não há nada definido ainda e o PT só está usando as mesmas ferramentas que o PSDB ao buscar mais aliados. Ontem, o senador Alvaro Dias também tentou evitar falar do assunto. “Ainda não conversei com ele (Osmar). Vamos nos encontrar nesta semana. Mas eu só saio candidato se estiver em primeiro lugar nas pesquisas”, afirma.

O deputado federal Abelardo Lupion (DEM) – que faz parte da aliança formada em 2006 com o PDT e o PSDB no estado – assumiu discurso conciliador. “É natural o Osmar estar chateado. Eu também estaria. O PSDB errou.” Ele diz que espera uma retomada nas conversas.

domingo, 23 de agosto de 2009

Marido de Lina foi ministro de FHC

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A informação é do blog Amigos do Presidente Lula.

Que também informa que o jornalista Ricardo Noblat, de O Globo, trabalhou na campanha política de José Agripino Maia no Rio Grande do Norte, em 1990.

Como funciona a mídia

Dois pesos, duas medidas.

Contra Sarney, manifestantes não "param trânsito". Interessa à Folha, nesse caso, promover a saída de Sarney.

Mas quando é o MST, aí sim, "atrapalha o trânsito". Interessa à Folha criminalizar o MST.

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Contra Sarney, manifestantes não "param trânsito". Interessa à Folha, nesse caso, promover a saída de Sarney.

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Mas quando é o MST, aí sim, "atrapalha o trânsito". Interessa à Folha criminalizar o MST.

O New York Times quer administrar o pré-sal (com o PSDB)

Brasil assume maior controle dos campos de petróleo, com riscos de longo prazo

Alexei Barrionuevo, no New York Times, do Rio de Janeiro, em 18.08.2009

Diante da mais importante descoberta de petróleo do mundo em anos, o governo brasileiro está buscando recuar de mais de uma década de cooperação estreita com as companhias de petróleo estrangeiras e controlar mais diretamente a extração.

A medida faz parte de um impulso nacionalista para aumentar os benefícios obtidos pelo país com seus recursos naturais e cimentar sua posição como potência global. Mas isso poderia retardar significativamente o desenvolvimento dos campos de petróleo, em um momento em que o mundo está à procura de novas fontes de energia, disseram analistas de energia e de risco.

Neste mês, o governo brasileiro disse que queria que a companhia nacional de petróleo, a Petrobras, controlasse todo o futuro desenvolvimento dos campos em águas profundas descobertos em 2007, que geólogos internacionais estimam poder conter dezenas de bilhões de barris de petróleo recuperáveis.

A mudança tornaria a Petrobras a operadora de 62% da nova área que ainda não foi licitada, restringindo as empresas estrangeiras ao papel de investidores financeiros. Isso limitaria a capacidade delas de ajudar a determinar o ritmo do desenvolvimento dos campos de petróleo, dando à Petrobras um maior poder para gerar empregos e conceder contratos lucrativos.

O petróleo se encontra sob cerca de 6 mil metros de água, areias em movimento e uma espessa camada de sal. Esta chamada região pré-sal, que se estende por centenas de quilômetros, é a maior reserva em desenvolvimento no mundo atualmente, especialmente dada a falta de acesso aos extensos depósitos do Iraque, disse Daniel Yergin, presidente da IHS Cambridge Energy Research Associates, uma consultoria de energia. Espera-se que também seja um dos mais complicados projetos na história da indústria petrolífera.

"O momento e escala do desenvolvimento do pré-sal serão alguns dos fatores mais significativos para o equilíbrio global do petróleo na próxima década, principalmente após 2020", quando o Brasil deverá aumentar ainda mais a produção, disse Yergin. "Se isso não acontecer, será um grande revés para o Brasil em termos de receita e uma perda significativa para o mundo em termos de nova oferta de petróleo."

Para o Brasil, as apostas são altas. Muitos aqui veem o petróleo como uma bala mágica para lidar com os maiores desafios sociais do país. Luiz Inácio Lula da Silva, o popular presidente do Brasil, quer mudar as leis de energia para canalizar mais receita dos campos ainda não desenvolvidos para os cofres do governo, criando fundos para melhorar a educação e saúde. Sua proposta será entregue ao Congresso em algum momento na próxima semana, disse um de seus assessores na segunda-feira.

Autoridades do governo daqui insistem que o Brasil não será tomado pelo mesmo tipo de fervor nacionalista que varreu a América Latina nos últimos anos. Como o México fez no final dos anos 30, Venezuela, Bolívia e Equador confiscaram os ativos de energia e expulsaram as companhias estrangeiras, apenas para ver sua produção de petróleo e gás natural estagnar ou diminuir.

O governo Lula não está propondo que os estrangeiros sejam excluídos dos projetos de energia, nem mesmo que não tenham a chance de conquistar participações majoritárias em alguns casos. As empresas estrangeiras já estão envolvidas na primeira leva de projetos do pré-sal, incluindo o campo gigante de Tupi, que a Petrobras estima conter entre 8 bilhões a 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural.

Mesmo sem o próximo grupo de campos pré-sal, o Brasil pretende mais que dobrar sua produção de petróleo, para 5,7 milhões de barris por dia até 2020.

O Brasil fez grandes descobertas de petróleo tardiamente em seu desenvolvimento econômico, contando assim com uma economia diversificada, o que ajudará a evitar o "mal holandês" da dependência de um recurso natural, que tem afetado várias das potências mundiais de petróleo, disse José Sérgio Gabrielli, o presidente da Petrobras.

Ele disse que o nacionalismo que está borbulhando no momento "não é um nacionalismo contra os estrangeiros", mas sim um debate sobre a velocidade do desenvolvimento, quem ficará com maior parte do fluxo de receita e quem se beneficiará da tecnologia e conhecimento relacionados.

Ainda assim, Gabrielli reconheceu que os ventos nacionalistas estavam começando a soprar de novo.

Com a bandeira verde e amarela do Brasil aberta sobre o palco, membros do sindicato dos petroleiros assistiram a um novo documentário aqui no mês passado, "O Petróleo Tem Que Ser Nosso - Última Fronteira". No filme, geólogos, líderes sindicais e até mesmo uma médica de 92 anos, Maria Augusta Tibiriçá, discutem como os novos campos poderiam gerar "trilhões de dólares" e transformar o futuro do Brasil.

Uma dúzia de sindicalistas encerrou a noite cantando o hino nacional e depois uma canção composta para o filme, misturando samba e bossa nova.

O novo fervor nacionalista lembra o dos anos 70 e 80, quando o governo militar do Brasil declarava que "a Amazônia é nossa" para rechaçar enclaves estrangeiros na floresta tropical.

E isso evoca as preocupações protecionistas iniciais que foram levantadas após um pouco de petróleo ter sido descoberto no Brasil em 1939. Poucos anos depois, um general declarou "o petróleo é nosso", em meio aos temores de que as companhias de petróleo americanas encontrariam um meio de tomá-lo. Manifestantes realizaram protestos nos anos 50 em frente ao Prédio da Esso, no centro do Rio.

Foi em meio a esse clima populista que, em 1953, o presidente Getúlio Vargas fundou a Petrobras e lhe concedeu o monopólio do petróleo. Apenas em 1997 é que empresas estrangeiras foram autorizadas a participar na exploração e produção de petróleo.

Os planos de Lula para um maior controle dos novos campos enfrentará uma dura batalha no Congresso do Brasil, onde os líderes da oposição dizem que buscarão adiar o plano, para negar ao presidente uma vitória que poderia impulsionar politicamente Dilma Rousseff, sua ministra da Casa Civil e candidata escolhida para sucedê-lo na eleição do próximo ano.

Rousseff, que está encarregada da proposta do governo para o pré-sal, também é presidente do conselho administrativo da Petrobras. O governo conta com um controle de 55,7% da empresa; outros membros do conselho também são nomeações políticas.

"O governo usará todo argumento ideológico, nacionalista e emocional para tentar aprovar isto antes da eleição do próximo ano, mas será muito difícil a aprovação", disse Tasso Jereissati, um senador do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) que é um crítico da proposta do governo.

O Senado brasileiro já está lidando com uma ampla investigação das irregularidades e impropriedades da Petrobras, uma investigação lançada pela oposição.

Gabrielli, o presidente da Petrobras, argumenta que o governo tem bons motivos para querer limitar a participação estrangeira. Em 1997, os preços do petróleo eram muito menores e a economia do Brasil enfrentava dificuldades. Hoje, o Brasil conta com mais de US$ 220 bilhões em reservas de moeda estrangeira, os preços do petróleo estão mais altos e a Petrobras se tornou a quarta maior empresa das Américas.

"As condições financeiras são completamente diferentes", disse Gabrielli. E o desenvolvimento dos novos campos, antes considerado arriscado, "agora é um bilhete de loteria premiado".

Com as preocupações sobre se o Brasil tem condições de levantar os cerca de US$ 600 bilhões que precisará para desenvolver os novos campos ao longo dos próximos 20 anos, o governo está explorando a disposição das companhias de petróleo estrangeiras de apostar alto.

"Esta é a única grande descoberta de petróleo dos últimos anos; não há outra", disse Rousseff neste mês, em uma entrevista para o jornal brasileiro "Valor Econômico".

Mas a decisão de dar à Petrobras o controle operacional é míope, arriscada e poderá atrasar a capacidade do Brasil de usar o petróleo para ajudar a transformar o país, disse Christopher Garman, um analista do Eurasia Group, uma consultoria de risco político em Nova York.

"E se conseguirmos um grande avanço tecnológico em energia renovável e, daqui cinco a oito anos, o preço do petróleo não for o que é hoje?" disse German. "O Brasil vai maximizar os investimentos agora ou manter o petróleo no solo por mais tempo?"

Ausente no debate, disse Gabrielli, está a realidade da escassez do equipamento necessário para perfurar os novos campos. Os executivos da Petrobras estão tentando motivar fornecedores de várias partes do mundo a desenvolver o equipamento.

Até 2017, a Petrobras precisará de 40 plataformas de petróleo capazes de perfurar fundo o suficiente para atingir os novos campos - mais da metade do número total dessas plataformas existentes atualmente no mundo, disse Gabrielli. A empresa está exigindo que 28 delas sejam construídas no Brasil.

Gabrielli disse que a empresa está mantendo seus gastos em expansão internacional em US$ 16 bilhões, para que possa se concentrar no desenvolvimento dos campos em águas profundas domésticos.

"A questão não é acelerar ou não acelerar", disse Gabrielli. "Nós estamos no limite da capacidade mundial do setor."

Tradução: George El Khouri Andolfato


Estudem os golpes midiáticos. Eles virão em 2010?

O Golpista Agripino Maia

por Luiz Carlos Azenha

De original o Brasil só inventou a jabuticaba. O resto quase tudo vem de fora. Especialmente as grandes idéias dos marqueteiros políticos. A inspiração deles tem origem clara: os Estados Unidos.

Em quarenta anos de profissão, nunca vi a mídia tão partidarizada. Jamais. Jamais testemunhei um fenômeno como o de Lina Vieira: a mídia martela uma tese e simplesmente descarta todas as outras que possam contradizer aquela tese. Uma tese bancada por Agripino Maia. Uma tese que tem o objetivo de carimbar Dilma Rousseff como "mentirosa". Que faz parte da campanha para demonizar a candidata do governo. Que, em minha opinião, obedece a uma campanha milimetricamente traçada por marqueteiros de José Serra e executada por prespostos dos Civita, Marinho, Frias e Mesquita.

Onde estava Lina Vieira na tarde do dia 19 de dezembro? Dentro de um avião, voando para Natal. E Dilma? Depois de reuniões em Brasília, também viajou. Se não foi naquele dia o suposto encontro entre a ex-secretária da Receira Federal e a ministra, quando foi? Baixou um silencio espetacular nos jornais, nas rádios e nas telas da TV. Um silencio ensurdecedor.

[Para quem estava em outro planeta, no encontro a ex-secretária disse que Dilma Rousseff pediu a ela que interferisse indevidamente em uma ação da Receita Federal contra o filho do presidente do Senado, José Sarney. A ministra nega o encontro.]

Depois de oito anos distante do poder federal, a UDN vai usar todas as ferramentas a seu dispor para reconquistar o Planalto em 2010. É o pré-sal, estúpido! São bilhões e bilhões de dólares que permitirão a quem estiver no poder investimentos como há muito tempo não vemos no Brasil. E há gigantescos interesses externos já expressos, ainda que delicadamente, no debate sobre a exploração do pré-sal.

O consórcio DEM-PSDB vai tentar barrar as tentativas do governo Lula de aumentar a participação da União na exploração do petróleo. Vai fazer isso, sem assumir, em defesa dos interesses das grandes petroleiras internacionais, que correm desesperadamente em busca de reservas exploráveis.

Aqui você pode ler, em inglês, um artigo sobre a crescente disputa entre estados e petrolíferas pelo controle dos lucros da exploração, que se aguçou depois que a produção mundial de petróleo atingiu o pico.

Não é por outro motivo que, através da mídia, esses interesses tentam enfraquecer a Petrobras. Tentam dizer que a Petrobras é incapaz de tocar o projeto. Tentam dizer que a Petrobras ou o Brasil não tem dinheiro para fazer os investimentos necessários. Não é por acaso que a TV Globo assumiu a proposta do governo americano de uma "parceria": eles nos ajudam a explorar o pré-sal E nos vendem armas. É como aquela famosa piada da troca de casais. Nós entramos duas vezes como "doadores". Doamos o petróleo E pagamos pelas armas.

Não é por caso que, em duas reportagens recentes, tanto o jornal New York Times quanto a revista britânica The Economist lançaram dúvidas sobre o futuro da exploração do pré-sal. O repórter Alex Barrionuevo, do Times, usou em seu texto palavras que acionam o botão de ojeriza do típico leitor americano: falou em "nacionalismo" e disse que uma suposta onda de "nacionalismo" no Brasil, agora, é comparável à dos tempos da ditadura militar.

Mas ele, por ignorância ou má fé, se esqueceu de dizer que a decisão correta de investir na exploração de petróleo em águas profundas, tomada durante o regime militar, é que permitiu à Petrobras o sucesso de agora. Ou seja, um exemplo de uma decisão "nacionalista" que deu resultado. Barrionuevo deu conotação negativa a "nacionalismo". Pelo simples fato de que "nacionalismo" só interessa aos americanos quando representa a defesa dos interesses dos Estados Unidos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Eu tenho pavor da Danuza Leão


Deu na Folha de S. Paulo de 16/08/2009.

"DANUZA LEÃO - Quem tem medo da doutora Dilma?

VOU CONFESSAR: morro de medo de Dilma Rousseff. Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra. Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo. Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero); não me apavora andar de noite sozinha na rua, não tenho medo algum das chamadas "autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.
Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor. Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância.
Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso. Mas essa simpatia tardia não convenceu. Ela é dura mesmo.
Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.
Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles, e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade. Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador. E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que está enfrentando a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os atuais funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disserem que eles devem dizer. Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira. A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera suas verdades, são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído.
Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.
Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela -e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de que Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula. Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão. Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande.
Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você e impedir que a mestra em doutorado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno."


Eu também tenho. Mas é da Danuza com aquela cara que parece que levou uma machadada para poder casar com o Freddy Kruger. Deus me livre encontrá-la na rua à noite. Certa vez, quando ela ainda tinha 200 anos de idade, eu a vi na Hípica do Rio e, muito espirituosa, queria rir das suas próprias piadas sem graça, mas não conseguia e apenas a sua cara disforme fazia uma caricatura digna dos desenhos de humor negro de Graham. Nessas horas a perna direita levantava. Foi um pesadelo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Site do Governo sobre nova gripe tem 250 mil acessos em cinco dias


O site com informações oficiais sobre a nova gripe (www.novagripe.pr.gov.br), lançado na semana passada pelo Governo do Paraná, chegou à marca de 250 mil acessos em apenas cinco dias. Além de consultar dados, a população tem participado ao enviar sugestões, comentários e elogios a respeito do conteúdo da página. Entre os assuntos mais comentados estão os mitos e verdades relacionados à Influenza A (H1N1).

Muitos cidadãos têm encaminhado e-mails para esclarecer dúvidas, por exemplo, sobre a realização de missas e outros eventos públicos, as formas de transmissão da doença e os cuidados para evitar o contágio. Outras pessoas têm afirmado, inclusive, que vão indicar o endereço para seus amigos, colegas de trabalho e familiares, para que obtenham informações confiáveis sobre a gripe A.

É o caso da advogada Suellen de Paula Novais, que reside em Cataguases, em Minas Gerais. Ela conta que recebeu um e-mail com certos dados da doença e encaminhou para parentes e amigos, sem saber que eram falsos. Depois, procurou, por meio de um site de buscas, informações sobre mitos e verdades relacionados à moléstia.

“Foi assim que encontrei o site produzido pelo Governo do Paraná. Achei o conteúdo muito bom e esclarecedor, além de tranqüilizar a população”, explica. “Após conhecer a página, aproveitei para indicar o endereço para as mesmas pessoas às quais tinha mandado a mensagem com fatos que eram absurdos”, completa a advogada mineira.

DADOS OFICIAIS – O site do Estado traz todas as informações oficiais sobre a nova gripe, com o objetivo de garantir um tratamento uniforme aos dados e combater a disseminação de boatos e notícias distorcidas a respeito da doença. A população tem acesso a notícias, aos boletins epidemiológicos atualizados com os casos confirmados no Paraná e a uma parte dedicada a desvendar os mitos que têm sido divulgados sobre a Influenza A (H1N1).

Além disso, há vídeos educativos, relação dos sintomas da gripe A, medidas de prevenção e seleção de perguntas freqüentes. No link “Materiais de divulgação”, há cartazes e folders prontos para impressão. Também estão disponíveis quatro modelos de banner que podem ser incluídos por cidadãos e empresas em seus sites pessoais, comerciais e em blogs para acesso ao endereço governamental.


BOX – Sites confiáveis

O site do Governo do Paraná sobre a nova gripe pode ser acessado pelos seguintes endereços:

www.pr.gov.br
www.novagripe.pr.gov.br
www.gripea.pr.gov.br
www.influenzaa.pr.gov.br
www.h1n1.pr.gov.br

Outros sites confiáveis para obter informações sobre a Influenza A (H1N1) são:

www.who.int
www.opas.org.br
www.saude.gov.br
www.pr.gov.br
www.saude.pr.gov.br
No Twitter: http://twitter.com/sesapr

Orientações de prevenção fazem a diferença na volta às aulas da rede estadual


Alunos da rede estadual retornaram às aulas nesta segunda-feira (17), após duas semanas de suspensão, e foram recebidos com informações sobre como prevenir a gripe A (H1N1). A novidade nas 2,1 mil escolas é a presença do “cuidador da gripe”, que é o responsável por monitorar casos suspeitos e dar o devido encaminhamento em cada escola.


Em Curitiba, no Colégio Estadual Paulo Leminski, com mais de 3 mil alunos, os estudantes receberam com atenção os esclarecimentos para evitar a gripe. O aluno do 3º ano do ensino médio David Kelvi Monteiro, 17 anos, disse que alguns colegas não estão preocupados com a gripe. “Com a volta às aulas, todos precisam colaborar e seguir as orientações repassadas pela equipe do colégio”, afirmou.

A estudante do 1º ano do ensino médio Jennifer da Silva, 15 anos, destacou como positiva a presença do “cuidador da gripe”. “É difícil lembrar de todas as dicas e cuidados que devemos tomar. Com a presença deste cuidador nos sentimos mais seguros”, disse.

A funcionária Lídia Maria Ferreira, que é uma cuidadora, afirmou que os cuidados foram intensificados com o retorno dos estudantes. Segundo ela, a preocupação é algum aluno vir com o vírus da gripe. “Como medida de segurança, estou indo em cada sala e conversando com todos para verificar se há casos suspeitos”, disse.

A diretora geral Céli Luzzi ressaltou a importância de transmitir as orientações com frequência. Nos intervalos, a diretora repassa as informações de prevenção pelo sistema de som ambiente. Os alunos de cada uma das 37 salas de aula escutam atentamente as mensagens sobre a gripe, que alertam para a higienização das mãos, para não compartilhar objetos pessoais - batons, copos e talheres - e evitar aglomerações, entre outras recomendações.

“Fizemos a organização da volta às aulas levando em conta a necessidade de prestar aos nossos estudantes toda a informação preventiva”, afirma a diretora. “As alunas gestantes estão orientadas a permanecer em casa até o dia 31 de agosto como medida de segurança”, disse Lucinir Bittencourt, diretora auxiliar.

No Colégio Estadual Lysimaco Ferreira da Costa, os alunos são recepcionados por dois funcionários munidos de álcool gel spray, que fazem a aplicação em cada um dos alunos. A vice-diretora e pedagoga Rosane Vieira disse que no intervalo o procedimento é repetido no pátio perto da cantina. “Na primeira aula, todos os alunos assistiram ao vídeo enviado pela Secretaria de Estado da Educação que esclarece sobre a nova gripe”, conta. Cada sala de aula tem um porta-papel higiênico e um álcool gel spray à disposição dos estudantes.

O aluno Matheus Henrique Carniel da 4° série do ensino fundamental, contou que trouxe álcool gel de casa. “A escola avisou meus pais que era para trazer o álcool e uma garrafinha de água também. Cada pessoa tem que trazer suas coisas e prestar atenção nas dicas de prevenção”, diz.

O programa é uma parceria entre as Secretarias de Estado da Educação e da Saúde. Cada uma das escolas da rede estadual e as cerca de 400 conveniadas tem um cuidador da gripe por turno, responsável pelo monitoramento dos alunos. Caso seja detectado um caso suspeito, o estudante receberá uma máscara e será conduzido à sua casa, onde os familiares serão orientados a levar o aluno ao médico, que poderá colocar a criança em observação durante sete dias.

Paraná Empreendedor abre novas inscrições para micro e pequenos empresários


O Projeto Paraná Empreendedor é desenvolvido pela Secretaria Especial de Relações com a Comunidade

Estão abertas novas inscrições para o Curso de Aperfeiçoamento e Qualificação para pequenos e micro empresários de Santa Felicidade. O curso faz parte do Projeto Paraná Empreendedor, da Secretaria de Relações com a Comunidade, que será ministrado pelo coordenador e idealizador do Paraná Empreendedor Luiz Pedro Di Lucca.

As aulas acontecem no auditório anexo a Secretaria de Relações com a Comunidade, responsável pelo projeto, sempre as segundas feiras das 19h30 às 22h30. As inscrições podem ser efetuadas pelo telefone (41) 3350-1273 ou pelo email dr_dilucca@ hotmail.com

Segundo o coordenador e professor Luiz Pedro Di Lucca, o objetivo é mostrar para os empreendedores que, para ter sucesso em seus negócios, é preciso investir tempo para qualificação. Ele lembrou que as pequenas empresas empregam cerca de 80% da população economicamente ativa e o objetivo do projeto é fazer com que elas possam crescer e se consolidar no mercado. “Trata-se de uma política de desenvolvimento empresarial. Vamos oferecer o curso e consultoria gratuitos e operar no fortalecimento da economia local, através da melhoria contínua dos empreendimentos”, destacou Di Lucca, também professor do curso.

Entre outros temas o Curso de Qualificação aborda tópicos como as características do empreendedor, barreiras a serem superadas, vantagens de ter o próprio negócio, qualidade de produtos e serviços, mensuração de valor e preços e cuidados com os clientes. A grade do curso prevê ainda microcrédito através do Probem Banco Social, ambos os programas operados pela Agência do Fomento do Estado do Paraná.