domingo, 3 de janeiro de 2010

Eros Grau não tem a única edição da Satiagraha

Como se sabe, o Ministro do Supremo Eros Grau sequestrou de dentro da investigação sobre a Satiagraha as provas obtidas pela Satiagraha.

Nunca antes, na História deste país, se viu tanta violência contra a Justiça.

Clique aqui para ler o que o Conversa Afiada disse sobre o assunto na época.

As provas recolhidas pelo ínclito delegado Protógenes Queiros e sob julgamento do corajoso Juiz Fausto de Sanctis foram apropriadas pela Suprema Corte.

Foi a falência de um dos sinais vitais que levou a Justiça brasileira à UTI, como disse, em agudo artigo, a Procuradora Janice Ascari.

Foi operação que fez parte de um cerco que Daniel Dantas inspirou para destituir De Sanctis e escolher seu próprio Juiz (de preferência na Suprema Corte ).

Com a decisão do Ministro Eros Grau e outra do Superior Tribunal de Justiça, que congelou qualquer ação de De Sanctis contra Dantas, a elite consumou seu Golpe do Estado de Direita: um Golpe desfechado pelo Judiciário, com o silencio cúmplice do PiG (*).

(O Governo Lula, aparentemente, não percebeu ainda em que fria pode se meter com esse Golpe do Estado de Direita – clique aqui para ler “Jobim vazou a ‘crise’ para criá-la” )

Porém, os tempos são outros.

Se Dantas, Gilmar Dantas (**), Eros Grau e os outros juízes de “instâncias superiores” onde Dantas tem “facilidades” pensam que serão capazes de sepultar a Satiagraha, estão enganados.

A Satiagraha adquiriu vida própria.

Não tem edição príncips nem única.

São muitas as Satiagrahas.

Ela deu frutos.

É tão inútil tentar podá-la quanto cortar galhos das árvores da Floresta Amazônia.

Ela vai reaparecer.

Como apareceu o disco rígido da Ministra Ellen Gracie, que não os abriu porque defendia a tese de que “Dantas não é Dantas, mas Dantas”.

A Satiagraha um dia vai aparecer da tribuna da Câmara.

No Blog do Azenha.

Do Nassif.

Na capa da Carta Capital.

No Huffingtonpost, nos Estados Unidos, como prova indelével da inconfiabilidade da Justiça brasileira.

Um dia, quando um ministro da Suprema Corte estiver aposentado, a reler a obra de Henry Miller, será convidado a dar entrevista à Folha (***) sobre o sequestro das provas da Satiagraha (que a Folha, mais tarde, será obrigada a publicar …).

A Satiagraha não é uma investigação policial.

Ela é o “Retrato do Brasil”.

E, dessa vez, Ruy Barbosa não vai queimar os documentos da escravidão.

Ruy Barbosa não conheceu a internet, ministro Grau.

Paulo Henrique Amorim

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

(**)Repare, amigo navegante como um notável jornalista do Globo (do Globo !) se refere a Ele.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

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